Os acionistas da Tesla vão votar em novembro sobre o ambicioso pacote de remuneração de Elon Musk, avaliado em mais de US$ 100 bilhões, após a recomendação da consultoria independente ISS para que rejeitem o plano. Esta é a segunda recomendação consecutiva contrária por parte da ISS, que aponta preocupações sobre a magnitude e o formato da proposta.
Reforço na resistência contra o pacote de Musk
A ISS destacou que o principal objetivo do pacote é reter Musk na liderança da Tesla e manter sua atenção na companhia, apesar de não haver garantias explícitas de que isso realmente ocorrerá. A consultoria também comentou sobre as “preocupações não mitigadas” relativas ao tamanho e à estrutura do plano.
Contexto e repercussões
Em setembro, o conselho da Tesla propôs o inédito pacote, que visa incentivar Musk a continuar na empresa nas próximas décadas, com metas ambiciosas de expansão e valorização. Para desbloquear a remuneração total, Musk deverá atingir marcas como US$ 8,5 trilhões de valor de mercado e ampliar negócios além de veículos elétricos, incluindo robótica e robotáxis. Além disso, ele poderia aumentar sua participação acionária para pelo menos 25%, vendendo parte de suas ações para financiar suas estratégias, incluindo a aquisição do Twitter, que posteriormente foi transferido para a plataforma X, de sua autoria.
Reações da Tesla e cenário judicial
A companhia respondeu às recomendações da ISS por meio de uma publicação no X, defendendo sua postura e criticando a análise da consultoria. “A ISS mais uma vez ignora pontos essenciais sobre investimentos e governança”, afirmou a Tesla. A empresa também ressaltou a presença de interesses conflitantes na avaliação da consultoria.
O confronto entre Musk e as entidades de voto não é novo. Em 2018, a ISS e a consultoria Glass Lewis recomendaram rejeitar outro pacote de remuneração, mas a maioria dos acionistas aprovou a proposta, que posteriormente foi anulada por um juiz de Delaware, considerando influências indevidas. Musk, que tem vendido ações para financiar a compra do Twitter, ameaça desenvolver projetos fora da Tesla caso seu desejo de aumentar a participação acionária não seja atendido.
Perspectivas e próximos passos
Os acionistas da Tesla votarão na assembleia anual marcada para o dia 6 de novembro. A votação vem num momento de alta tensão, com Musk buscando fortalecer seu papel na companhia, enquanto grupos de investidores questionam a proporcionalidade e transparência do pacote de remuneração. A decisão influencia não apenas a governança da empresa, mas também o posicionamento do mercado diante do impacto potencial de Musk na Tesla e seus demais negócios, como SpaceX, Neuralink e xAI.
Após a divulgação das recomendações, a Tesla tentou mobilizar os acionistas por meio de um vídeo no X, buscando apoio ao plano proposto. O desfecho da votação deve sinalizar o rumo da relação entre o bilionário e seus investidores, além de influenciar as futuras políticas de remuneração em corporações de alta liderança.
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