Brasil, 18 de outubro de 2025
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queda do petróleo internacional abre espaço para revisão nos preços dos combustíveis no Brasil

Com barril do Brent caindo abaixo de US$ 62, a Petrobras pode repensar o valor da gasolina, diante da desaceleração global do petróleo.

O mercado internacional de petróleo enfrenta uma forte desvalorização, o que pode impulsionar uma revisão nos preços dos combustíveis no Brasil. De acordo com levantamento da Datagro, o barril do Brent para dezembro de 2025 foi negociado nesta sexta-feira a US$ 61,32, o menor valor desde maio, representando uma queda de 17,6% em um ano.

Fatores que impulsionam a queda do petróleo e impacto no Brasil

A consultoria aponta fatores como estoques elevados para 2025 e 2026, redução do prêmio de risco no Oriente Médio e crescentes tensões comerciais entre China e Estados Unidos como responsáveis pela tendência de enfraquecimento dos preços globais de petróleo. Segundo a Datagro, essa conjuntura cria uma oportunidade para que a Petrobras revise os preços da gasolina no país.

Posicionamento da Petrobras diante da baixa do petróleo

Segundo estimativas, o preço médio do combustível nas refinarias da estatal está 14,2% acima da paridade de importação, momento em que a margem de refino ultrapassa US$ 15 por barril — nível historicamente ligado a reduções de preços pela Petrobras. No dia 15 de outubro, o crack-spread (diferença entre o valor da gasolina e o custo do petróleo) atingiu US$ 16,86 por barril na refinaria de Paulínia (SP), aumento de 11,6% desde o início do mês.

Ainda assim, a Petrobras mantém uma postura cautelosa, aguardando o impacto do aumento do ICMS previsto para janeiro de 2026, que elevará a alíquota para gasolina e diesel. “A estatal já adotou estratégias semelhantes no início de 2023, quando reduziu preços para compensar a reintrodução de tributos federais e mudanças no ICMS. Em 2024, diante de nova alta do imposto, decidiu não alterar os valores”, explica o especialista André Galhardo, da análise econômica.

Desalinhamento e recomendações do mercado

De acordo com a Associação Brasileira de Importadores de Derivados de Petróleo (Abicom), a defasagem do preço da gasolina em relação ao exterior supera 10%. Para Galhardo, essa política de cautela pode estar prejudicando o ambiente de preços e o equilíbrio da demanda por etanol, além de limitar a flexibilidade do Banco Central na condução da política monetária. Uma revisão mais rápida dos preços é vista como oportuna nesta fase de oferta abundante e demanda moderada internacionalmente.

Outro fator que suporta essa possibilidade é o baixo volume de importações de gasolina pelo Brasil, que em setembro totalizaram 157,4 milhões de litros — recuo de 9,7% em relação a igual mês de 2024, sendo o menor desde 2018. Os Estados Unidos continuam como principais fornecedores, com 53,8% do volume total importado, seguidos por Países Baixos e Egito.

Perspectivas econômicas e os próximos passos

Com o menor volume de importações de gasolina e a tendência de queda do petróleo, há espaço para uma possível redução no preço das refinarias. No entanto, a decisão final da Petrobras ainda depende de fatores fiscais, como o aumento do ICMS, que pode limitar a redução dos preços ao consumidor.

Especialistas avaliam que a estratégia mais agressiva de ajuste imediato poderia ajudar a alinhar os preços internos com as condições do mercado externo e promover maior estabilidade econômica. A expectativa é de que a companhia avalie o cenário nos próximos meses, considerando as variáveis fiscais e de mercado.

Para mais detalhes sobre o cenário mundial do petróleo, acesse o relatório da Globo.

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