A Polícia Civil da Bahia desmantelou, nesta sexta-feira (17), um esquema de ligações clandestinas de água em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado. A operação, denominada “Hydor”, resultou na prisão de seis indivíduos em uma chácara de alto padrão localizada no bairro Lagoa das Flores. A investigação revelou que aproximadamente 60% da água fornecida para a região era desviada, prejudicando o abastecimento regular de dezenas de residências.
Operação Hydor: O combate a fraudes no abastecimento
A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), em colaboração com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa). De acordo com informações de Manoel Marques, gerente regional da Embasa, a oferta de água para o bairro aumentou consideravelmente nos últimos anos, passando de 1 milhão de metros cúbicos para 4 milhões diários. Contudo, o monitoramento realizado indicou que grande parte deste volume estava sendo perdido devido a ligações irregulares.
O gerente da Embasa explicou que os moradores do bairro realizaram uma perfuração em uma adutora recentemente instalada, com o intuito de ampliar a distribuição de água. “As pessoas entroncaram ramais nessa adutora e saíram distribuindo água na rua”, afirmou Marques. Essa prática não só compromete o abastecimento da população, como também eleva os riscos de contaminação da água distribuída.
Causas e consequências do furto de água
A situação é alarmante, com a Embasa reportando que, além do prejuízo ao abastecimento regular, a manipulação inadequada do sistema de distribuição criou brechas para contaminação. Segundo Odilson Pereira, delegado responsável pela operação, os indiciados devem responder por furto qualificado e por contaminação de água potável. “Várias outras pessoas também serão intimadas a prestar esclarecimentos”, concluiu.
Nos últimos anos, a demanda por água na Bahia tem avançado, mas a gestão e a manutenção do sistema de abastecimento enfrentam desafios significativos. O esquema desmantelado na operação Hydor exemplifica como a combinação de negligência e prática ilegal pode ter consequências desastrosas para as comunidades que dependem da água potável.
Impactos na comunidade e na legislação
O uso irregular da água estava variado, incluindo sua destinação para irrigação de hortas e até mesmo para encher piscinas em residências de alta renda. “A água estava sendo usada para irrigação, para consumo e até mesmo em casas com piscina. Isso não será tolerado”, declarou um representante da Embasa, enfatizando a seriedade da situação.
Além da ilegalidade, esse tipo de ação gera um impacto negativo na percepção sobre o uso consciente da água, recurso cada vez mais escasso em diversas regiões do Brasil. A conscientização da importância da preservação e uso adequado da água se torna essencial, especialmente em um cenário de crises hídricas que várias localidades enfrentam.
Encaminhamentos futuros e prevenção
Após a operação, a Embasa e a Polícia Civil já iniciaram conversas sobre como prevenir novas ações ilegais, bem como reforçar a fiscalização dos sistemas de distribuição. Programa de educação para a comunidade, visando esclarecer os riscos das ligações irregulares, pode ser uma das medidas a serem adotadas para coibir práticas semelhantes no futuro.
Assim, a operação Hydor não apenas desarticulou um esquema criminoso, mas também levantou a necessidade de um olhar mais atento para a gestão dos recursos hídricos e a educação da população sobre a importância do consumo responsável de água. É um passo significativo para garantir que todos tenham acesso à água potável de maneira justa e segura.
O incidente, que foi amplamente coberto pela mídia local, destaca a necessidade de ações conjuntas entre as autoridades para coibir a prática de irregularidades que afetam não apenas a infraestrutura hídrica, mas, essencialmente, a vida das pessoas que residem na região. É essencial garantir que todos os cidadãos possam usufruir de um recurso tão vital com segurança e responsabilidade.