Brasil, 18 de outubro de 2025
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Ministro Barroso pede sessão extraordinária sobre descriminalização do aborto

O STF pode retomar julgamento sobre a descriminalização do aborto após pedido de Barroso, que se aposentará em breve.

O debate sobre a descriminalização do aborto no Brasil pode ganhar novos contornos com a recente solicitação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado pediu a convocação de uma sessão extraordinária no plenário virtual para retomar o julgamento dessa questão polêmica, que vem gerando discussões acaloradas na sociedade brasileira. Essa atitude ocorre um dia antes da sua aposentadoria marcada para este sábado, em um momento onde sua voz pode ser decisiva para moldar os rumos da legislação sobre o assunto.

Urgência no julgamento da descriminalização do aborto

No pedido enviado ao presidente do STF, Edson Fachin, Barroso reivindicou a convocação devido à “excepcional urgência” de sua saída da Corte. Ele enfatizou que sua aposentadoria oficializar-se-á em 18 de outubro de 2025, e que, portanto, é imperativo dar continuidade ao julgamento antes de sua saída. Barroso já se posicionou a favor da descriminalização, argumentando contra a punição das mulheres que optam por interromper a gestação.

A urgência manifestada pelo Ministro revela não apenas uma preocupação pessoal, mas também um apelo para que a decisão sobre a descriminalização do aborto seja tomada em um momento crítico, onde a Justiça pode influenciar a vida de inúmeras mulheres no país. Ele declarou: “Solicito à Presidência desta Corte a convocação de sessão virtual extraordinária do Plenário para a continuidade do julgamento”.

O contexto jurídico e social

Esse julgamento reflete um movimento maior dentro da discussão sobre os direitos das mulheres no Brasil. O voto de Barroso se unirá ao da ministra Rosa Weber, que manifestou apoio à descriminalização até a 12ª semana de gestação antes de se aposentar, em 2023. Rosa Weber afirmou que “a maternidade é escolha, não obrigação coercitiva” e denunciou a criminalização como uma forma de violência institucional contra as mulheres.

É importante ressaltar que esse tema está sendo debatido desde 2017, quando o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entrou com a ação no STF. O partido argumenta que a criminalização do aborto infringe princípios constitucionais como dignidade humana, igualdade, liberdade, saúde e direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. O impacto dessa decisão vai além do jurídico, refletindo diretamente nas vidas e na saúde de muitas brasileiras.

Desdobramentos e reflexões sobre a decisão

Barroso já havia retirado o caso do plenário virtual em setembro de 2023 e, na última sexta-feira, decidiu cancelar o destaque, reintegrando a discussão ao espaço virtual, onde muitos esperam que a decisão seja pautada com urgência. Por conta de sua presidência no STF nos últimos dois anos, Barroso poderia ter conduzido o processo. No entanto, optou por não inserir o tema em pauta, alegando que o debate social ainda não estava “maduro” o suficiente.

Em uma recente declaração, o ministro expressou suas dúvidas sobre se deveria votar na ação antes de se retirar, considerando que o ambiente político atual é complexa e repleto de temas delicados, o que poderia provocar mais turbulência. “Nós já vivemos um momento com muitos temas delicados acontecendo ao mesmo tempo e os riscos de uma decisão divisiva criar um ambiente ainda mais turbulento no país”, destacou.

Expectativas para a decisão do STF

O pedido de Barroso e a expectativa de um voto favorável à descriminalização fazem acender a esperança de grupos que lutam pelos direitos reprodutivos no Brasil. A decisão do STF pode impactar profundamente as políticas públicas relacionadas à saúde das mulheres e o âmbito jurídico que rege a interrupção da gravidez. Assim, a sociedade aguarda com expectativa o desfecho desse importante julgamento.

A pauta traz à tona a necessidade urgente de uma discussão clara e sensível sobre os direitos das mulheres, abrindo oportunidades para avanços em outros temas relacionados à saúde e à equidade de gênero. O STF, diante de sua responsabilidade histórica, pode assumir um papel crucial na defesa dos direitos humanos por meio dessa jurisprudência.

Com todos esses desdobramentos, o Brasil observa atentamente o STF, à espera de um avanço que promete ressoar por muitas gerações.

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