Brasil, 18 de outubro de 2025
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Risco de apagões recorrentes no Brasil é baixo, diz especialista

Especialistas analisam causas do apagão de outubro e indicam que eventos sistêmicos, embora possíveis, não devem se tornar frequentes.

O apagão que afetou todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal nesta terça-feira (14), causado por um incêndio em uma subestação em Curitiba, levantou dúvidas sobre a recorrência de eventos similares. Especialistas destacam que, apesar da complexidade do sistema, quedas de grande porte assim não são previsíveis ou comuns atualmente.

Raízes técnicas e estatísticas do apagão brasileiro

Segundo fontes oficiais, o incêndio na subestação de Bateias interrompeu a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), afetando diversos subsistemas. O engenheiro eletricista Jorge Miguel Ordacgi Filho explicou ao iG que apagões deste tipo decorrem de cadeias de eventos imprevisíveis, iniciadas por curto-circuitos ou acidentes isolados.

Ele aponta que, em 2023, o SIN registrou 3.491 perturbações, sendo uma delas de caráter sistêmico. Em 2024, não houve registros de perturbações semelhantes em âmbito nacional, o que demonstra a robustez do sistema energético do Brasil, avalia o especialista. “Eventos sistêmicos são raros, e os registros mostram sua ocorrência pouco frequente”, reforça.

Rotina de segurança do sistema elétrico

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) monitora continuamente o SIN, incluindo a instalação de novos componentes e a implementação de esquemas automáticos de proteção. Estas ações minimizam a formação de cadeias de eventos que possam levar a apagões maiores, explica Ordacgi Filho.

Apesar disso, ele reconhece a limitação das ações humanas diante de combinações quase inesgotáveis de possíveis falhas. “A prevenção total é impossível, mas o sistema é projetado para manter a estabilidade mesmo em situações adversas”, afirma.

Sistema interconectado e vulnerabilidades

O engenheiro Neilton Fidelis destaca que o alto grau de interconectividade do sistema torna-o sensível a acidentes pontuais, que podem gerar efeitos dominó. Porém, ele reforça que a saída do sistema onde ocorreu a falha foi algo localizado, sem indicativos de problemas estruturais ou de oferta de energia.

Fidelis também avalia positivamente a diversidade de fontes energéticas, como a eólica e solar, embora ressalte que essa variedade traz desafios técnicos relacionados à estabilidade e à operação do sistema. Para reduzir riscos, defende a modernização das redes de transmissão e proteção, além de ampliar a redundância dos sistemas de segurança.

Cuidados para os consumidores durante apagões

Segundo Ordacgi Filho, danos a eletrodomésticos costumam ocorrer por variações na qualidade da energia, especialmente durante a restabilização após uma queda. Para evitar prejuízos, recomenda-se instalar protetores contra surtos, desligar aparelhos sensíveis e aguardar a normalização antes de religar os eletrônicos.

Neilton Fidelis reforça que a conscientização do consumidor, aliado a melhorias na infraestrutura, é fundamental para mitigar os efeitos de futuras perturbações no sistema elétrico brasileiro.

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