Brasil, 18 de outubro de 2025
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Operação Banca Suja combate cassino online ilegal no Rio de Janeiro

A Justiça do Rio bloqueia R$ 65 milhões de esquema relacionado a Adilsinho, envolvendo lavagem de dinheiro e jogos fraudulentos.

Na última quinta-feira (16), a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou a Operação Banca Suja, que desmantelou um esquema ilegal de cassino online associado ao contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 65 milhões dos envolvidos, que eram suspeitos de diversos crimes, incluindo lavagem de dinheiro, estelionato e publicidade enganosa.

Esquema de cassino online e lavagem de dinheiro

O grupo investigado movimentou cerca de R$ 130 milhões nos últimos três anos através da empresa One Publicidade e Marketing Digital Ltda, que se apresentava sob o nome comercial de Palpite na Rede. Contudo, o endereço registrado para a empresa pertence a uma lanchonete, levantando suspeitas sobre a legitimidade das operações. O contador Raphael Silva de Almeida é apontado como o verdadeiro administrador da empresa, que também está sob investigação por conexões com atividades criminosas.

A operação gerou apreensões significativas na residência do contador, onde a polícia confiscou dinheiro em espécie, dólares, além de equipamentos eletrônicos e veículos. O inquérito aponta que as transferências financeiras da Palpite na Rede para empresas de pequeno porte eram incompatíveis com suas capacidades financeiras, sugerindo que uma estrutura de laranjas e empresas de fachada foi criada para a lavagem de dinheiro.

Investigações revelam conexões com o crime organizado

Uma das empresas mencionadas, o Atacadão de Ferro e Aço, recebeu R$ 700 mil apenas em 2023 da Palpite na Rede. Sua proprietária, Larissa Freitas Cazan, é investigada por possíveis ligações com a máfia do cigarro, sob o comando de Adilsinho. Imagens e relatórios da Polícia Federal indicam que essa empresa pode ter sido utilizada para ocultar os rendimentos ilícitos e sonegar impostos.

Outro ponto relevante das investigações envolve a AGR Distribuidora de Bebidas, pertencente a Marcos Vinicius Miranda Moreira, irmão de Carolina, a proprietária da Palpite na Rede. A distribuidora movimentou R$ 36 milhões em um ano e transferiu quantias suspeitas, levando à suspeita de que havia saldo relacionado ao crime de lavagem de dinheiro.

Manipulação nos jogos de apostas

O delegado Vinícius Lima, da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), afirmou que a plataforma de apostas operava com fraudes, onde os apostadores não tinham chances reais de vitória. “É um jogo de perde ou perde”, explica o delegado. A população que apostava acreditava na possibilidade de ganhos, mas na verdade, tudo era manipulado para garantir apenas perdas. Até o momento, o esquema foi responsável por movimentar mais de R$ 130 milhões em três anos.

A operação envolveu a execução de 15 mandados de busca e apreensão em várias localidades do Rio de Janeiro, incluindo Recreio dos Bandeirantes e em municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias e Belford Roxo. Os investigadores continuam a reunir evidências para entender a totalidade da operação criminosa que pode abranger um esquema ainda maior.

Adilsinho e as respostas ao envolvimento

Procurado, Adilsinho negou qualquer ligação com os crimes, afirmando desconhecer os motivos que levam à associação de seu nome ao caso e prometendo provar sua inocência em relação às acusações. Por sua vez, o ex-jogador de futebol Léo Moura, que atuou como garoto-propaganda da Palpite na Rede, também está sendo investigado, mas declarou que sua contratação foi apenas para fins publicitários e negou participação nas atividades ilícitas.

Conexões com o Primeiro Comando da Capital

Além das fraudes no cassino online, as investigações desvelaram possíveis conexões do grupo com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma notável organização criminosa do Brasil, envolvida em diversos crimes, incluindo tráfico de drogas e assassinatos. O inquérito ainda investiga a ligação entre a organização criminosa e uma fábrica clandestina de cigarros, onde foram descobertos trabalhadores em condições análogas à escravidão.

As apurações jurídicas e policiais estão em andamento, evidenciando a complexidade do esquema de jogo ilegal e suas relações com o crime organizado. A luta contra esse tipo de crime continua, com a expectativa de que a operação Banca Suja seja um passo significativo na desarticulação de organizações ilícitas que operam em território nacional.

Com os avanços na investigação e o bloqueio dos bens dos envolvidos, a expectativa é que a justiça prevaleça, protegendo os cidadãos brasileiros de práticas fraudulentas e enganadoras.

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