Brasil, 16 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

PIB de agosto indica desaceleração, mas mercado mantém cautela sobre juros

Índice de Atividade Econômica do Banco Central registra alta de 0,4% em agosto, sinalizando moderação do crescimento econômico

A prévia do Produto Interno Bruto (PIB) de agosto, medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), apresentou alta de 0,4% frente a julho, abaixo das estimativas do mercado, que era de 0,7%. Este foi o primeiro resultado positivo após três meses de queda, reforçando o cenário de crescimento moderado para a economia brasileira.

Desempenho da economia e impacto nas projeções

Esperava-se que o resultado do terceiro trimestre fosse negativo, mas economistas já calculam um dado ligeiramente positivo, indicando resiliência diante do cenário de juros elevados. Segundo o economista Otto Nogami, professor do Insper, o dado de agosto deve aliviar a parte longa da curva de juros, mas não deve impactar imediatamente a Selic. “O Banco Central quer ver uma tendência mais clara de arrefecimento da atividade e da inflação antes de sinalizar mudanças mais relevantes”, explica Nogami.

Perspectivas para a política monetária e inflação

Apesar da melhora recente, há dúvida sobre a manutenção de juros altos por mais tempo. O professor Nogami avalia que, provavelmente, a Selic continuará elevada por mais algum tempo, dependendo dos próximos resultados do IPCA e de outros indicadores de inflação. “Se esses dados vierem benignos, o mercado pode antecipar cortes para 2026, permitindo ao Copom suavizar o ritmo de alta dos juros”, comenta.

O movimento de política monetária do Banco Central tem tido efeito sobre a inflação, que está dentro das projeções mais otimistas. Segundo o boletim Focus, as estimativas para o IPCA que, no fim do ano passado, estavam próximas de 6%, recuaram para 4,72%, quarto recuo consecutivo, com expectativas de atingir o teto da meta de 4,5% ao fim deste ano, conforme analistas.

Cenário de desaceleração setorial

Dados de setores da economia apontam para uma desaceleração em ritmo de atividade. A agropecuária caiu pelo sexto mês consecutivo, indústria cresceu após quatro meses de retrações, e os serviços permanecem praticamente estagnados desde maio, segundo análise de Luís Otávio Leal, da G5 Partners. O carrego estatístico para o terceiro trimestre, estimado em -0,8%, reforça essa tendência de desaceleração.

Impacto global e desempenho do PIB

Embora tenha surpreendido positivamente no início do ano, com bom desempenho do setor agropecuário, a economia brasileira tem desacelerado. Nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2,4%, valor abaixo do registrado no ano passado e inferior à estimativa de crescimento global de 3,2%.

O que esperar para os próximos meses

De acordo com Nogami, o mercado deverá ajustar suas expectativas de cortes de juros com base na combinação de dados. Caso os indicadores de inflação e atividade econômica continuem benignos, o Banco Central poderá reduzir o ritmo de elevação dos juros, mesmo diante da persistência da política de juros elevados por um período prolongado, como reforçou Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central.

A estratégia do BC visa assegurar a convergência da inflação à meta de 3%, mantendo a taxa de juros suficiente para ancorar as expectativas e promover a desaceleração da atividade econômica sem prejudicar o crescimento. Segundo fontes do próprio banco, o nível atual de juros deve permanecer até que haja sinais claros de arrefecimento da inflação e da atividade.

Para mais detalhes, confira a análise completa em este artigo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes