Brasil, 16 de outubro de 2025
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Governo intensifica demissões de ex-aliados e mira na Caixa

O Palácio do Planalto aumenta as demissões entre ex-aliados e prepara mudanças-chave na Caixa, mirando na reeleição de Lula.

O governo brasileiro intensificou suas ações de reestruturação ao iniciar um processo de demissão de indicados por ex-aliados, focando em cargos estratégicos, especialmente na Caixa Econômica Federal. A movimentação é vista como uma resposta direta à recente derrota sofrida na Câmara, em relação à nova medida provisória que altera o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Demissões em massa e foco na Caixa Econômica Federal

Após anunciar um pente-fino em sua base de apoio, o Palácio do Planalto anunciou que parte significativa das 12 vice-presidências da Caixa será reformulada. O banco, responsável por financiar diversas políticas públicas, tem se tornado um alvo estratégico para o governo em sua tentativa de fortalecer a base aliada. Na segunda-feira, a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), manteve diálogos com Carlos Antônio Vieira Fernandes, presidente da Caixa, que foi indicado pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira.

Apesar de não haver planos para trocar Fernandes, funcioná**rios relacionados a parlamentares não alinhados devem ser afastados. Gleisi argumentou que as demissões são uma reação natural à falta de apoio ao projeto de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. “É natural que quem não está conosco se afaste”, declarou.

Contexto político e reestruturação governamental

A movimentação do governo é considerada parte de uma estratégia mais ampla, impulsionada pela necessidade de solidificar a base antes das próximas votações cruciais, como a do Orçamento e a análise de vetos presidenciais. O governo já enfrentou adversidades na Câmara, e a pressão interna por mudanças se intensificou após a derrota na votação da medida provisória.

Além da gestão na Caixa, outras mudanças foram registradas em vários órgãos governamentais. A demissão de José Trabulo Júnior, consultor da presidência da Caixa, e a troca na vice-presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digital, que agora será ocupada temporariamente por Jean Rodrigues Benevides, são exemplos dessa reestruturação. A troca na vice-presidência estava sob a esfera de indicações políticas e, assim, reflete a realocação de priorizações na estrutura do governo.

As consequências para os aliados no Congresso

Deputados do Centrão, bloqueados por demissões em suas bases de apoio, têm expressado descontentamento em relação às mudanças, apontando que esse tipo de resposta pode ser prejudicial ao governo nas votações futuras. Documentação interna do governo indica que todos os deputados que votaram contra a MP perderão seus cargos, levando a uma onda de insatisfação entre os aliados de Lula.

As mudanças não se limitaram à Caixa; elas também atingiram grupos de apoio de outros partidos, como o PSD e o MDB, levando a uma série de demissões em cargos relacionados a esses partidos em diversos órgãos federais. Essa reestruturação intensificou as tensões entre o governo e suas bases de apoio, o que pode trazer complicações adicionais para futuras votações.

Cenário futuro e possíveis desenlaces

Com a proximidade de novas votações e a necessidade de uma base aliada coesa, o governo de Lula enfrenta o desafio de não apenas manter a confiança dos aliados, mas também de navegar nas complexidades de um ambiente político polarizado. As dificuldades na votação do Orçamento e na análise de vetos presidenciais estão cada vez mais evidentes, e o governo precisará de um plano sólido para garantir a continuidade de sua agenda.

As movimentações recentes, inclusive as trocas de posições na Caixa e outros órgãos, apresentam uma tentativa do governo de se afastar de figuras consideradas não confiáveis, mas, ao mesmo tempo, arriscam alienar aliados que possam ser necessários para sustentar a governabilidade nos próximos meses.

O Brasil observa de perto essas transformações políticas e as repercussões que elas terão sobre a estabilidade do governo e a possibilidade de Lula avançar em sua pauta legislativa para o restante de seu mandato.

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