Brasil, 16 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

TCU suspende obrigatoriedade de governo buscar centro da meta fiscal

Ministro Zymler concede efeito suspensivo ao recurso do governo, que argumenta que o limite inferior da meta fiscal deve ser prioridade

O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu temporariamente a decisão que obrigava o governo brasileiro a mirar o centro da meta fiscal de 2025. A medida foi concedida nesta quarta-feira pelo ministro Benjamin Zymler, que acolheu recurso do Executivo, que alegou risco à execução de políticas públicas.

Contexto e controvérsia sobre o parâmetro de fiscalização

O recurso do governo sustenta que, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a meta fiscal deve ser acompanhada considerando o limite inferior do intervalo de tolerância, que para 2025 é de déficit de R$ 31 bilhões até superávit de R$ 31 bilhões, ou 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na prática, o governo vem perseguindo o limite inferior, considerando a necessidade de contingenciar recursos para cumprir a meta, o que foi considerado irregular pelo plenário do TCU em setembro. A Corte argumenta que os parâmetros para ações de contingenciamento devem levar em conta o centro da meta.

Decisão do TCU e argumentos do governo

O TCU considerou, anteriormente, que mirar o piso inferior da meta viola regras de responsabilidade fiscal. Em resposta, o governo afirmou que as regras fiscais de 2023 criaram bandas de tolerância e que o contingenciamento de despesas deve se basear obrigatoriamente no limite inferior, sem relação automática com a sustentabilidade da dívida pública.

Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a medida busca evitar grave risco à execução de políticas públicas, uma vez que o estabelecimento de ações de contingenciamento apenas com base no limite inferior preserva o funcionamento dos programas sociais e setores essenciais.

Impactos na definição do limite de contingenciamento

Até o momento, o governo precisou aplicar um congelamento de R$ 31,3 bilhões de recursos planejados para 2025. Após ajustes recentes, esse valor caiu para cerca de R$ 12,1 bilhões, devido à liberação de gastos em julho e novas revisões.

O governo argumenta que os gestores federais devem considerar o limite inferior do intervalo de tolerância para promover cortes, evitando assim riscos às políticas públicas. A orientação é que as ações de contingenciamento sejam realizadas somente para superar o limite inferior, não para atingir o centro da meta.

Perspectivas futuras e repercussões

A suspensão temporária da decisão do TCU é vista como uma mudança importante no enfrentamento à crise fiscal. Apesar disso, há preocupação de que a decisão possa abrir precedentes para flexibilizações futuras na condução da política fiscal brasileira.

O ministro Zymler destacou que a decisão é provisória e que a análise do mérito do recurso deve ocorrer posteriormente. A expectativa é que o governo continue buscando manter o equilíbrio fiscal, mesmo com a suspensão da obrigatoriedade de mirar o centro da meta neste momento.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no site do Globo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes