Brasil, 16 de outubro de 2025
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Nova absolvição traz alívio a mulher acusada de envenenar crianças

Lucélia Maria da Conceição, acusada de envenenar dois irmãos, fala sobre sua absolvição e a busca por justiça após a tragédia.

Lucélia Maria da Conceição, uma mulher de 53 anos, viveu momentos de angústia e desespero após ser acusada de envenenar dois irmãos, de apenas 8 e 7 anos, em Parnaíba, Piauí. No entanto, um laudo recente da Justiça do Piauí declarou sua inocência, trazendo alívio e uma nova perspectiva para sua vida. Em uma entrevista emocionada, Lucélia compartilhou suas experiências após a prisão e sua felicidade com a revelação da verdade.

A trajetória de dor e luta da ré

Lucélia foi presa em janeiro deste ano, tendo passado quase cinco meses atrás das grades. A acusação de ter envenenado as crianças gerou um clamor público, tornando sua situação ainda mais delicada. “Passei momentos ruins, sem dormir, as pessoas me chamando de assassina”, relatou ela. O sentimento de impotência a acompanhou durante todo o período de encarceramento. No último dia 13, após a Justiça analisar novos laudos, a mulher foi finalmente absolvida.

Ao comunicar sua liberdade, ela não escondeu a felicidade: “Hoje me sinto muito alegre, muito satisfeita, feliz porque apareceu a verdade e mostrou que não fui eu.” Em um contexto onde a dor e a perda se misturaram, a inocência de Lucélia foi comprovada, proporcionando um novo começo em sua vida.

Perdas irreparáveis e uma busca por justiça

A vida de Lucélia não é a mesma desde a tragédia que a atingiu. Sua casa foi incendiada pela comunidade em um ato de revolta e desespero, e sua reconstrução está comprometida. No entanto, ela demonstrou resiliência: “Vou perdoar, mas quero que a Justiça seja feita por essas pessoas que destruíram a minha casa,” declarou. Lucélia atualmente vive de aluguel e sobrevive graças a doações de amigos e pessoas solidárias.

O tribunal que a absolveu desconsiderou as acusações após a análise que descartou a presença de veneno nos cajus oferecidos às crianças. Enquanto isso, a avó das vítimas e seu companheiro, envolvidos na trama, estão agora sendo processados por envenenamento de familiares e vizinhos, resultando em oito mortes.

Contexto trágico e as consequências

Os irmãos Ulisses Gabriel e João Miguel da Silva, os meninos que sofreram as consequências do trágico incidente, faleceram em questão de meses. Após receberem cajus de Lucélia, apresentaram sintomas alarmantes que resultaram em hospitalização e, posteriormente, em suas mortes. A comunidade permaneceu abalada por um longo período, e os desdobramentos do caso ainda repercutem.

A mãe das crianças, Francisca Maria da Silva, agora enfrenta a dor da perda dos filhos em um contexto de desespero e confusão, uma vez que a família foi direta ou indiretamente afetada por sucessivos envenenamentos.

O verdadeiro responsável

A narrativa se complica quando se investiga o verdadeiro responsável pelo envenenamento. Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, e Maria dos Aflitos Silva, avó dos meninos, estão atualmente respondendo pelas acusações de envenenamento que levaram à morte de múltiplos membros da família. O Ministério Público acusa o casal de envenenar nove pessoas em total—oito das quais não sobreviveram—ainda que os detalhes continuem obscuros devido ao segredo de Justiça inserido pelo ECA.

Reflexão e o que vem a seguir

Com a absolvição de Lucélia, a discussão sobre responsabilidade, preconceito e a eficácia do sistema judicial em casos sensíveis, como o de crianças, se intensifica. Lucélia, que passou por sofrimento e injustiça, agora aguarda que a justiça seja feita pelo que ocorreu, enquanto tenta recomeçar sua vida em meio a um ciclo de tragédias e injustiças. Sua história é um chamado à reflexão sobre o impacto das acusações infundadas e a importância da presunção de inocência.

O caso de Lucélia Maria da Conceição serve como um lembrete de que a busca pela verdade e pela justiça está sempre presente, mesmo em meio ao caos e à dor. O futuro dela, assim como o da própria comunidade, ainda está sendo construído.

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