O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, afirmou nesta quarta-feira (15) que o país deve implementar “muito em breve” um acordo para uma linha de swap cambial de US$ 20 bilhões com os Estados Unidos. A expectativa é de que o apoio financeiro seja efetivado nas próximas duas semanas, antes das eleições legislativas marcadas para o final de outubro.
Condicionalidade e impacto na política argentina
Segundo Caputo, o apoio financeiro dos norte-americanos dependerá do desempenho do candidato Javier Milei durante as eleições. O presidente Donald Trump declarou publicamente que seu suporte à Argentina está condicionado à vitória de Milei, seu aliado ideológico.
Durante um painel no Atlantic Council, Caputo destacou que o acordo será executado em breve e que o quadro que definirá os termos do swap já está sendo elaborado. O swap cambial consiste em uma troca temporária de moedas entre os países, visando reforçar reservas internacionais e estabilizar a economia argentina, atualmente fragilizada por escassez de dólares.
Envolvimento de Trump e contexto político
Apesar do apoio de Trump a Milei, uma recente eleição em Buenos Aires resultou na vitória da oposição, de perfil mais social. O cenário reafirma as incertezas em relação ao futuro político econômico do país, que enfrenta programa de austeridade e propostas de redução do tamanho do Estado.
Caputo afirmou que, independentemente do resultado eleitoral, as políticas públicas do governo Milei devem continuar inalteradas. Além disso, mencionou que o governo argentino trabalha em outras alternativas financeiras, sem detalhar, e que empresas americanas teriam prometido investimentos bilionários em reuniões recentes.
Críticas e explicações sobre o swap cambial
A iniciativa de apoio financeiro dos EUA recebeu críticas nos Estados Unidos, onde alguns a consideraram um “resgate” devido à competitividade da Argentina na exportação de soja para a China. Em resposta, Santiago Bausili, presidente do Banco Central da Argentina, declarou que o swap é uma operação independente de qualquer acordo com a China, conforme explicação do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Perspectivas futuras
De acordo com especialistas, o apoio financeiro e o acordo de swap podem influenciar o cenário econômico e eleitoral na Argentina nos próximos meses. Os resultados das eleições poderão definir a direção das políticas econômicas do país em um momento de forte instabilidade internacional e interna.