Emilly Amorim, de apenas 20 anos, já é uma referência no karatê universitário e mostra que a prática do esporte vai muito além de uma simples competição. Estudante do sexto período de educação física na Universidade Federal do Paraná (UFPR), ela se prepara para competir na categoria até 50 quilos nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) 2025, que estão sendo realizados em Natal. A expectativa da jovem atleta não se limita apenas a conquistar uma medalha de ouro, mas também a levar para casa o icônico boneco do mascote da competição, o Joca, que é um prêmio especial para os vencedores deste ano.
Desafios e expectativas nos JUBs
Esta será a terceira participação de Emilly nos JUBs, e, embora a competição tenha se tornado mais acirrada, sua animação permanece em alta. “Estou bastante animada, esse ano está bem mais difícil. No ano passado foram três lutas, este ano vou ter que fazer cinco, mas a minha expectativa ainda é alta: quero levar um Joca pra casa”, comentou a atleta.
Com um histórico impressionante nos Jogos Universitários, Emilly já conquistou uma medalha de bronze e outra de ouro, mas a ausência do Joca em sua coleção a motiva ainda mais para alcançar o objetivo nesta edição. A fundação dessa paixão pelo karatê remonta à sua infância, quando, aos 5 anos, ficou encantada com o filme de animação “Kung Fu Panda”. Seus pais perceberam seu interesse e a matricularam em um projeto social no interior do Paraná, mudança que, segundo ela, moldou sua personalidade e caráter.
A trajetória de Emilly no karatê
“O karatê foi a base de tudo, aprendi respeito, saber competir, que é muito importante pra uma criança. Então o karatê me moldou. Eu não sei o que seria de mim, nem da minha personalidade, sem o karatê”, revela, demonstrando sua gratidão pelo esporte.
Além de competir e buscar novas conquistas, Emilly alcançou um sonho ao ingressar na seleção brasileira de karatê aos 16 anos, que também foi sua primeira experiência internacional sozinha. Para ela, essa foi a conquista mais significativa até agora, tanto para sua carreira esportiva quanto para sua família, que sempre a apoiou.
Planejando o futuro e contribuindo socialmente
Com diversos planos para o futuro, Emilly já se prepara para concluir sua graduação no próximo ano, enquanto se dedica a um projeto de pós-graduação em educação física. Além de continuar sua trajetória no karatê, que é sua verdadeira paixão, ela tem se envolvido em um trabalho social com crianças neurodivergentes através de um projeto de iniciação esportiva, o que combina suas duas paixões.
“Eu trabalho com cross training, cross kids e com karatê também. Tive uma experiência muito boa com uma criança neurodivergente e me apaixonei. Comecei a fazer cursos para entender melhor como lidar com crianças assim, como ajudá-las a se desenvolver melhor”, explica Emilly, que vê nesse trabalho uma maneira de retribuir à comunidade e fortalecer ainda mais sua ligação com o karatê.
Persistência: a lição mais valiosa
Uma das lições mais importantes que o karatê lhe trouxe é a persistência. Emilly compartilha sua experiência de ter ficado em segundo lugar por vários anos antes de finalmente conseguir entrar na seleção brasileira. “Chorava, mas aprendi que, se você continuar tentando, uma hora vai dar certo. E isso eu levei pra tudo na minha vida. Persistência”, conclui a jovem, que serve como inspiração para muitos, mostrando que o caminho do sucesso não é fácil, mas é recompensador para aqueles que se esforçam e não desistem.
* Verônica Dalcanal viajou a Natal à convite da Confederação Brasileira de Desportos Universitários (CBDU).