O clima entre os clubes brasileiros esquentou após declarações polêmicas da presidente do Palmeiras, Leila Pereira. O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, mais conhecido como Bap, rebutou a sugestão de Leila sobre a criação de uma liga sem o rubro-negro. Em uma entrevista ao UOL, Bap não hesitou em classificar a fala de sua colega como “uma declaração infantil”, afirmando que o Flamengo nunca cogitou deixar a Liga Brasileira de Futebol (Libra). Para ele, a liga é “palmeirense”, evidenciando um ambiente tenso entre os dois gigantes do futebol nacional.
Bap defende generosidade do Flamengo nas negociações
Durante a entrevista, Bap destacou que o Flamengo tem sido “generoso demais” nas discussões envolvendo as negociações para a formação da liga. Ele deixou claro que não há intenção de se isolar dos demais clubes, mesmo diante de um ambiente em que prevalece o interesse individual em detrimento do coletivo. O conflito teve início quando o Flamengo expressou preocupações sobre os critérios de divisão da receita proveniente das audiências, que ainda eram considerados indefinidos. Isso levou o clube a solicitar mudanças na metodologia de divisão.
Critérios de divisão de receita e impasse com a TV Globo
Segundo o estatuto vigente, o contrato com a TV Globo para os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro estipula que 30% do valor recebido deve ser calculado com base na audiência da TV aberta, fechada e pay-per-view. Nesse sentido, o Flamengo questionou a forma de divisão da receita, buscando uma participação mais justa para todos os clubes. Todavia, essa busca por equidade gerou fricções, principalmente no momento em que o Flamengo decidiu ir à Justiça para bloquear R$ 77 milhões da parcela referente ao mês de setembro, que deveria ser paga pela TV aos clubes associados à Libra.
A tensão entre os dirigentes
Esta ação judicial exacerbou as tensões entre as instituições, resultando em manifestações públicas e notas oficiais de críticas direcionadas ao Flamengo. Bap ressaltou, em sua entrevista, que a postura de alguns dirigentes que “pensam apenas em dinheiro” prejudica o esforço coletivo que deveria ser buscado na relação entre os clubes. Ele foi enfático ao afirmar que um clube não pode agir sozinho e que é necessário trabalhar em conjunto para a construção de um ambiente saudável no futebol.
Críticas à Libra e ao equilíbrio nas relações entre os clubes
Além disso, Bap levantou questões sobre o equilíbrio dentro da Liga, indicando que a estrutura da Libra é “verde”, uma referência à relação direta do advogado da liga com o Palmeiras. Ele acredita que essa conexão compromete a imparcialidade das decisões e a busca por um modelo justo de competição. As ameaças de rompimento das relações entre os clubes, segundo Bap, são “tolices” que não contribuem para o processo de profissionalização do futebol brasileiro, e que é necessário repensar a forma como as disputas são conduzidas.
Histórico de relacionamento entre Bap e Leila Pereira
O presidente do Flamengo também se recordou do histórico de sua relação com Leila Pereira, afirmando que tudo fluía bem até um certo ponto do ano. “A relação com a Leila era muito boa até um determinado momento deste ano. Assim, a relação com a Leila é ótima quando você concorda com tudo que ela quer”, destacou, revelando a fragilidade das relações quando há discordâncias. Para Bap, a situação atual demonstra que a Libra favorece certas instituições de maneira desproporcional, sublinhando a necessidade de um diálogo mais aberto e honesto entre todos os clubes.
A situação atual reflete a complexidade das relações entre clubes no Brasil e o impacto que decisões individuais podem ter na formação de uma liga que represente verdadeiramente os interesses de todos. O que se espera é que, com mais diálogo e respeito mútuo, avanços possam ser feitos em prol do futebol nacional.