Brasil, 15 de outubro de 2025
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EUA propõem pausa nas tarifas em troca de adiamento de limites à China

Secretário do Tesouro dos EUA sugere trégua em tarifas comerciais para evitar controle rígido chinês sobre terras-raras

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, propôs uma pausa mais prolongada nas altas tarifas comerciais sobre produtos chineses, em troca do adiamento pelo governo de Pequim de novos limites mais rigorosos às exportações de terras-raras. A medida busca aliviar a escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que vêm negociando tréguas de 90 dias até o próximo prazo, em novembro.

Negociações e estratégias para evitar conflito mais intenso

Durante uma coletiva em Washington nesta quarta-feira, Bessent afirmou que a possibilidade de estender o prazo de negociações ainda está em aberto, dependendo das conversas com Pequim. Ele destacou que tudo será negociado nas próximas semanas, reforçando a intenção dos EUA de evitar uma escalada maior na disputa comercial.

As ações do mercado reagiram positivamente aos comentários, com o índice S&P 500 valorizando-se cerca de 1%. Entretanto, empresas americanas ligadas ao setor de terras-raras, como Critical Metals, USA Rare Earth e MP Materials, sofreram quedas, pois se beneficiariam de uma oferta chinesa mais limitada.

Desafios na cadeia de suprimentos e respostas chinesas

O representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, manifestou ceticismo sobre o plano chinês de impor controles mais rígidos às exportações de terras-raras, afirmando que a escala e o alcance dessas medidas dificultam sua implementação, dado o impacto no comércio global de diversos produtos de consumo que contêm traços dessas matérias-primas.

Enquanto isso, Pequim reagiu às ameaças de Trump, com a China afirmando que “não quer brigar, mas não tem medo de brigar”, e alertando que as novas regulações de exportação podem causar o caos na cadeia global de suprimentos. Segundo Bessent, a China enviou o vice-ministro do Comércio, Li Chenggang, para Washington em agosto, mas suas declarações inflamadas foram consideradas “desrespeitosas” e com potencial de causar desequilíbrios diplomáticos.

Implicações e perspectivas futuras

Bessent previu uma resposta coordenada dos EUA e aliados, incluindo União Europeia, Austrália, Canadá e Índia, às possíveis ações chinesas. Ele também afirmou que a disparada do ouro vem desafiando a primazia do dólar e que o interesse econômico continuará sendo o principal motor das negociações.

O secretário do Tesouro destacou que as tarifas de 10% ainda podem ser evitadas, pois Trump mantém planos de se reunir com Xi Jinping na Coreia do Sul, no início de novembro, para discutir questões comerciais. Além disso, as negociações com a Coreia do Sul, Canadá e Índia estão avançando, incluindo possíveis acordos de investimento de grande escala.

Entretanto, Bessent criticou duramente declarações do vice-ministro chinês, Li Chenggang, que teria alertado sobre o caos global se os EUA cobrassem tarifas portuárias, chamando as atitudes de Pequim de “destrutivas” e “desequilibradas”. Segundo ele, a China inicialmente justificou a desaceleração na exportação de ímãs de terras-raras por um feriado, mas essas ações indicam uma tentativa de desvinculação do mercado mundial.

Ao ser questionado sobre relações com Pequim, Bessent reforçou que, caso a China queira se tornar um parceiro não confiável, o mundo buscará se desvincular, reduzindo riscos na cadeia de suprimentos globais. “Sinais assim indicam uma possível saída da China do compromisso com a cooperação internacional”, concluiu.

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