Brasil, 15 de outubro de 2025
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Percepção dos brasileiros sobre o mercado de trabalho revela incerteza

Apesar de a taxa de desemprego atingir recorde de 5,6%, 60% dos brasileiros acham difícil conseguir emprego, aponta pesquisa

Pesquisa da quarta edição dos Indicadores de Qualidade do Trabalho, realizada pelo FGV IBRE com seis mil pessoas, mostra que, mesmo com a menor taxa de desocupação da história, de 5,6%, cerca de 60% dos brasileiros consideram difícil ou muito difícil conseguir trabalho. Além disso, 39,6% acreditam que o mercado de trabalho deverá piorar nos próximos seis meses.

Percepção do mercado e satisfação dos trabalhadores

Entre os empregados, somente 16% consideram provável ou muito provável perder o emprego, enquanto 76,3% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com sua atual condição de trabalho. Ainda, 70% relatam ter renda suficiente para cobrir suas despesas, o que indica uma sensação de segurança financeira para a maior parte da população ocupada.

Sinais de desaceleração e desafios regionais e raciais

Segundo o estudo, há uma percepção de desaceleração do mercado de trabalho, que deve se tornar mais evidente em 2026, conforme aponta o pesquisador Rodolfo Tobler, do Instituto de Pesquisa. “O que chama mais atenção é que, olhando para frente, houve um aumento no número de brasileiros que acreditam na piora do mercado desde junho até setembro”, afirma Tobler. A pesquisa também evidencia desigualdades, como a disparidade salarial: brancos ganham, em média, 57% a mais que pretos.

Para Tobler, a percepção de desaceleração está relacionada ao nível histórico de baixa na taxa de desemprego atual. “Com esse cenário macroeconômico restritivo, é natural que haja uma desaceleração, refletida na percepção das pessoas”, explica.

O papel das percepções na avaliação do mercado de trabalho

O estudo busca captar a percepção subjetiva dos brasileiros sobre o mercado, complementando estatísticas oficiais como o PNAD e o Caged. Segundo Tobler, “estamos criando indicadores para medir a qualidade do mercado de trabalho, incluindo a segurança no emprego, a renda e a proteção social”.

Desigualdade racial e ações para redução das disparidades

Entre os dados divulgados, destaca-se que a desigualdade salarial ainda é grande, com uma discrepância de 57% entre brancos e pretos. Especialistas apontam que ações de políticas públicas e empresariais podem colaborar para reduzir essas diferenças, promovendo maior equidade social.

Perspectivas para o futuro do mercado de trabalho

Embora haja sinais de desaceleração, as expectativas continuam relacionadas às dificuldades de conseguir emprego, com uma parcela significativa da população percebendo aumento na insegurança. O cenário macroeconômico restritivo deve impactar essa percepção nos próximos meses, reforçando a necessidade de medidas para estimular a recuperação do mercado de trabalho e reduzir desigualdades regionais e raciais.

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