A dívida pública bruta do Brasil deve passar de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, chegando a 98,1% em 2028, de acordo com o novo cenário do Fundo Monetário Internacional (FMI). O relatório Monitor Fiscal, divulgado nesta quarta-feira (15), mostra uma melhora moderada em relação à previsão anterior, mas ainda indica um quadro preocupante para as finanças do país.
Previsões atuais e comparação com dados anteriores
Para 2023, o FMI estima que a dívida do Brasil ficará em 91,4% do PIB, ligeiramente abaixo dos 98,2% previstos em julho. Em 2022, o índice era de 87,3%, de acordo com o Fundo. A previsão anterior para 2030 era de 99,4%, mas o órgão revisou esse número para uma trajetória de alta, chegando a 98,1% em 2028.
Contexto e metodologia do FMI
O endividamento bruto é um dos principais indicadores de solvência de um país, sendo bastante observado por analistas e investidores. Entretanto, o cálculo do FMI difere do utilizado pelo governo brasileiro, incluindo títulos do Tesouro Nacional que estão na carteira do Banco Central. Segundo dados brasileiros, a dívida totalizou R$ 9,6 trilhões (77,5% do PIB) em agosto, valor que ainda é inferior às projeções globais.
Comparativo internacional e cenário nacional
Pelos critérios do FMI, o Brasil estaria entre as três maiores dívidas em relação ao PIB entre 38 países emergentes monitorados, atrás de Bahrein (142,5%), Ucrânia (108,6%) e China (96,3%).
Perspectivas fiscais e resultados primários
O FMI manteve as projeções para o resultado primário do país, prevendo déficit de 0,6% do PIB neste ano e de 0,4% em 2026. A partir de 2027, o país deve apresentar superávit, chegando a 1,4% em 2030, com o governo geral incluindo União, Estados e municípios.
Projeções fiscais e crescimento econômico
Segundo o relatório, o Brasil deve encerrar 2023 com déficit de 0,25% do PIB, embora o governo trabalhe para atingir o equilíbrio fiscal. Para 2024, a expectativa é que o país não consiga cumprir esse objetivo devido às dificuldades fiscais. O FMI também elevou a previsão de crescimento do Brasil para 2,4% em 2025, impulsionado por uma recuperação mais forte da economia global, embora tenha reduzido a estimativa de 2026 de 2,1% para 1,9%.
Programas sociais e políticas públicas
O FMI destacou o Bolsa Família como exemplo de política de proteção social integrada às políticas educacionais. Segundo o relatório, o programa, criado em 2003, reforçou a frequência escolar e reduziu a evasão entre crianças de baixa renda, promovendo maior equidade.
Impactos e próximos passos
As projeções do FMI reforçam a necessidade de o Brasil implementar medidas que reduzam a dívida pública e melhorem a sustentabilidade fiscal. A expectativa é que o país continue enfrentando desafios para atingir o equilíbrio fiscal e controle da dívida, especialmente diante das metas fiscais flexibilizadas e do cenário econômico externo.
Para acesso ao relatório completo e análise detalhada, acesse FMI projeta trajetória ascendente da dívida pública do Brasil.
