Brasil, 15 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Comércio brasileiro registra leve alta após quatro meses de queda

O setor teve crescimento de 0,2% em agosto e é influenciado pelo mercado de trabalho aquecido e valorização do real frente ao dólar

O comércio no Brasil apresentou alta de 0,2% em agosto, após quatro meses de variações negativas, impulsionado pelo mercado de trabalho ainda aquecido e pela valorização do real frente ao dólar no mês. Apesar do resultado, especialistas continuam pontuando que a perspectiva de um cenário de estagnação persiste para o restante do ano.

Fatores que impulsionaram o crescimento de agosto

De acordo com Georgia Veloso, pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV), a pequena alta no comércio foi fortemente influenciada pelo segmento de eletrônicos, informática e material de escritório, que cresceu 4,9% em relação a julho. Este aumento é atribuído, principalmente, à valorização cambial do real, que beneficiou as importações no mês de agosto.

Já José Ronaldo Souza, professor de Economia do Ibmec-RJ, destacou o crescimento de 0,4% nos hipermercados e supermercados. Apesar de modesto, esse segmento detém maior peso no comércio, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. Ambos os economistas ressaltam que o cenário de estagnação econômica permanece, mesmo com a ligeira melhora de agosto.

Impactos do mercado de trabalho e inflação

Segundo Souza, esse movimento de alta é explicado pelo mercado de trabalho ainda aquecido e sobretudo pela redução da inflação, principalmente a de alimentos. Embora outros segmentos tenham apresentado crescimento, esse é considerado o fator mais relevante, pois gera impacto significativo para o comércio. No acumulado do ano, há crescimento de 1,6%, embora a tendência não seja de alta contínua, segundo o especialista.

Desafios macroeconômicos e perspectivas atuais

Na avaliação de Georgia Veloso, além da questão cambial, outros fatores macroeconômicos que possam influenciar positivamente o comércio até o fim do ano são poucos. Ela ressalta que não há expectativa de queda na taxa Selic, e o endividamento elevado continua limitando o consumo.

José Ronaldo Souza concorda e avalia que a modesta alta de agosto, considerando as possíveis revisões, pode até inverter seu sinal para número zero ou negativo. “O quadro geral é de desaceleração da economia neste segundo semestre. Essa alta de 0,2% é pouco significativa e pode se alterar com revisões, não mudando a visão de um arrefecimento da economia brasileira”, analisa.

Perspectivas para o restante do ano

Apesar do otimismo pontual, o cenário para o quarto trimestre permanece de desaceleração, com o ambiente de altas altas taxas de endividamento e estabilidade da Selic. A expectativa é de que o crescimento do comércio continue lento, com o número de agosto se mantendo como um indicativo de uma tendência de arrefecimento da economia brasileira.

Mais detalhes podem ser consultados na matéria completa no site do Globo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes