O triplo homicídio que abalou a cidade de Ilhéus, na Bahia, completa dois meses sem soluções efetivas entre suspeitos e ocultações. Na manhã de 15 de outubro, a polícia local atualizou a população sobre o andamento das investigações em relação ao brutal assassinato de Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, 41, e Mariana Bastos da Silva, 20. As mulheres, que foram encontradas mortas em uma área de mata da Praia dos Milionários, partiam para um simples passeio com o cachorro de Mariana quando se tornaram vítimas de um crime hediondo.
A investigação e seus desafios
Diante da gravidade do caso, a Polícia Civil da Bahia obteve, no mês passado, a prorrogação do prazo de entrega do inquérito por 60 dias, permitindo mais tempo para que novos elementos fossem coletados. O foco principal agora se concentra na análise de cerca de 700 vídeos que foram coletados na região próxima ao local do crime. Os vídeos estão sendo analisados pelo Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto, que faz parte do Departamento de Polícia Técnica (DPT) em Salvador, com o objetivo de reconstituir a dinâmica dos eventos durante o trágico dia.
Apesar da confissão do suspeito Thierry Lima da Silva, que alegou ter cometido os crimes em uma tentativa de assalto, a equipe de investigação enfrenta desafios significativos. Até o momento, não foi encontrado material genético do acusado nas vítimas ou nas armas usadas no crime. A ausência de evidências diretas não elimina a possibilidade de sua culpabilidade, mas levanta questões sobre a veracidade de sua confissão.
Como tudo aconteceu
O crime ocorreu em 15 de agosto. Alexsandra, Maria Helena e Mariana, que eram amigas e moravam em condomínios próximos à praia, foram vistas pela última vez em câmeras de segurança enquanto caminhavam pela areia. Imagens mostram as três reunidas, acompanhando o cachorro de Mariana e até se cruzando com outros frequentadores da praia. Após esse ponto, elas desapareceram, levando a um dia angustiante para familiares e amigos, que iniciaram uma busca instintiva pela resposta ao fenômeno da ausência.
Tristes imagens da desolação se tornaram comuns após as vítimas serem encontradas com marcas visíveis de facadas, revelando a brutalidade do crime. Três protestos pacíficos ocorreram na cidade em busca de justiça, atraindo o clamor da comunidade local e a presença de policiais militares. O pedido por respostas e a redução do sentimento de impunidade ressoam entre os cidadãos.
O que sabemos sobre o suspeito
Thierry Lima da Silva, preso no dia 25 de agosto, é o único acusado formalmente ligado ao caso. Durante depoimentos, ele afirmou ter agido sozinho, mantendo a linha de defesa de que agiu em um momento de desespero ao tentar assaltar as mulheres. Há também relatos de que, durante audiência de custódia, ele admitiu não apenas os assassinatos, mas também reconheceu ter matado um parceiro anterior em um ato de ciúmes. Sua condição mental e o uso de drogas foram destacados como fatores que podem ter influenciado suas ações naquele dia fatídico.
A importância da comunidade na busca por justiça
A Polícia Civil pede a colaboração da população para ajudar na investigação. Informações podem ser enviadas através do Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), pelo número 181. O sigilo é garantido, e não há necessidade de identificação, o que permite que cidadãos preocupados possam contribuir sem receios.
Com a prorrogação do inquérito, a expectativa é que novos elementos possam surgir e que a dinâmica do crime seja mais bem compreendida. Enquanto isso, a memória das três mulheres permanece viva na comunidade e nas famílias enlutadas, que buscam por justiça e respostas para um crime que deixou marcas profundas na cidade de Ilhéus.
A investigação ainda está longe de seu fim, e a sociedade continua em vigília, aguardando desenvolvimentos e um desfecho que traga algum alívio às famílias das vítimas. O compromisso com a justiça permanece mais forte do que nunca.
Para mais atualizações sobre este caso e outros assuntos locais, continue acompanhando o g1 Bahia e nossas redes sociais.