Brasil, 15 de outubro de 2025
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Inteligência artificial antecipa risco de desmatamento na Amazônia

Inovação da PUC-Rio ajuda a prever zonas de desmatamento na Amazônia Legal, aumentando a eficiência na proteção ambiental.

O combate ao desmatamento no Brasil ganhou um reforço significativo em 2025 com a introdução de um modelo de inteligência artificial desenvolvido pela equipe da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Integrado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Deforestation Prediction System é capaz de prever com antecedência as áreas com maior risco de desmatamento na Amazônia Legal, possibilitando ações preventivas mais eficazes.

Um avanço na tecnologia de monitoramento ambiental

O novo sistema, que entrou em operação em agosto, substitui um modelo anterior baseado em uma técnica chamada máxima entropia, que, segundo o professor Raul Queiroz Feitosa, coordenador-geral do projeto, estava ultrapassada em meio ao rápido avanço da inteligência artificial. “Decidimos testar modelos mais modernos para ver se poderiam oferecer previsões mais precisas”, afirmou.

O desenvolvimento do Deforestation Prediction System começou em janeiro de 2024, com um investimento significativo de R$ 2,5 milhões oriundos da Climate and Land Use Alliance, uma coalizão internacional voltada à proteção das florestas tropicais. Durante este período, a equipe da PUC-Rio analisou quatro modelos diferentes de IA até chegar à versão atual, que possui uma abrangência espacial total sobre a Amazônia Legal brasileira.

Como funciona o Deforestation Prediction System

O sistema utiliza dados históricos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e considera diversas variáveis relacionadas ao desmatamento, como a proximidade de rodovias, limites de áreas protegidas, padrões climáticos e históricos de desmatamento, em que novas áreas desmatadas tendem a estar localizadas próximas a aquelas que já foram afetadas.

“Ele faz previsões do desmatamento no curto prazo, em contraste com outros modelos, que se baseiam em previsões anuais. A taxa de erro do nosso modelo é aproximadamente um quarto da taxa do modelo anterior”, explicou Feitosa.

O sistema já está em operação na plataforma Terra Brasilis do INPE e tem recebido avaliação positiva tanto do ministério quanto dos órgãos ambientais, que ressaltam sua importância na otimização da fiscalização e no controle do desmatamento.

Parcerias e ações de fiscalização

O secretário extraordinário do Controle do Desmatamento, André Lima, destacou que o uso dessa tecnologia complementa as ações de fiscalização in loco. “Estamos criando parcerias para que possamos trazer mais eficiência às ações de controle de desmatamento nas áreas florestais utilizando essas tecnologias”, afirmou.

A nova abordagem permite, por exemplo, a identificação rápida das áreas onde o desmatamento está prestes a ocorrer, possibilitando aplicações de embargos cautelares em escala, o que aumenta a eficiência da fiscalização. “Com a nova tecnologia, conseguimos antecipar onde as tendências de desmatamento estão se formando, o que nos ajuda a definir os municípios prioritários para ações de prevenção na Amazônia”, complementou Lima.

“No total, 81 municípios foram identificados como prioritários dentre mais de 750 na Amazônia Legal”, ressaltou o secretário.

Embora as novas tecnologias tenham contribuído significativamente para o combate ao desmatamento, Lima enfatizou que a presença física dos fiscais é ainda crucial. “A necessidade da presença de campo continua a ser fundamental, pois as tecnologias são complementares às ações de fiscalização e controle”, concluiu.

O futuro do combate ao desmatamento

A incorporação de modelos avançados de inteligência artificial e a modernização das ferramentas de monitoramento oferecem uma esperança renovada para a proteção ambiental no Brasil. À medida que o governo busca maneiras mais eficazes de combater o desmatamento, a integração de tecnologia e fiscalização presencial deve ser uma prioridade para garantir que as florestas brasileiras sejam preservadas para as futuras gerações.

Com a implementação do Deforestation Prediction System, o Brasil demonstra que é possível aliar inovação tecnológica ao cuidado com o meio ambiente, reafirmando o compromisso do país com a preservação da Amazônia e a luta contra a destruição de seus ecossistemas.

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