O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que pode suspender o comércio de óleo de cozinha com a China, em um movimento de retaliação às ações chinesas na disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. A medida seria uma resposta à recusa de Pequim em adquirir soja americana, considerada por Trump um “ato economicamente hostil”.
Medida como forma de pressão na guerra comercial
Segundo Trump, a possibilidade de interromper negócios relacionados ao óleo de cozinha e outros elementos do comércio é uma estratégia para pressionar a China a mudar seu posicionamento. Em postagem nas redes sociais, o presidente revelou que a China pode produzir óleo de cozinha localmente, dispensando a necessidade de importá-lo dos EUA. “Estamos considerando terminar os negócios com a China relacionados ao óleo de cozinha e outros elementos do comércio, como retaliação”, afirmou Trump.
Tensão e reações do mercado
Após as declarações de Trump, o índice de referência S&P 500 fechou em queda, reacendendo o temor de uma escalada no conflito entre os dois países. Ainda assim, tanto Trump quanto o chefe do Escritório de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, sinalizaram esperança em negociações futuras, com discussões em andamento entre Washington e Pequim e a expectativa de uma reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, ainda neste mês.
Impactos no setor agrícola e energético
O óleo de cozinha usado, assim como a soja, é matéria-prima para biocombustíveis, como o diesel renovável, e sua comercialização tem sido alvo de tensões. Empresas como Archer-Daniels-Midland e Bunge, do setor de comércio agrícola, tiveram suas ações recuperadas após a divulgação da possibilidade de uma interrupção no comércio de óleo de cozinha, que poderia afetar também os mercados de energia nos Estados Unidos.
Respostas e estratégicas chinesas
A China, por sua vez, reagiu às ameaças de Trump, afirmando que não deseja conflito, mas não tem medo de brigar na disputa comercial. Uma resposta foi a sanção às unidades americanas de uma gigante de transporte marítimo sul-coreana, além de aumentar restrições sobre minerais de terras raras e semicondutores — materiais centrais na disputa. Pequim também anunciou o controle mais rígido sobre essas exportações e reforçou suas ações retaliatórias, enquanto o governo americano ameaçou aplicar tarifas adicionais de até 100% a produtos chineses a partir de 1º de novembro, além de considerar cancelar a reunião prevista com Jinping na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.
Segundo Greer, o futuro das negociações ainda é incerto, embora haja esperança de que as partes mantenham o diálogo. “Se isso vai acontecer ou não, eu não quero comprometer nem a nós nem aos chineses antecipadamente, mas acho que faz sentido que as pessoas conversem quando puderem”, declarou.
Enquanto isso, o conflito intensifica a volatilidade nos mercados globais, deixando investidores atentos às movimentações de ambas as potências econômicas e às possíveis repercussões no comércio internacional.
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