Nesta terça-feira (14), o deputado federal Dal Barreto, do União Brasil, tornou-se o foco da Operação Overclean, realizada pela Polícia Federal (PF) no estado da Bahia. A operação, que já está em sua sexta fase, visa desmantelar uma organização criminosa suspeita de participar de fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. O parlamentar teve seu celular apreendido no Aeroporto Internacional de Salvador, enquanto tentava embarcar para Brasília.
Reprisão legislativa e desdobramentos da operação
O político teve sua residência, localizada na cidade de Amargosa, e um posto de combustíveis que lhe pertence revistados por agentes da Polícia Federal. Além de documentos, foram levados também automóveis de luxo encontrados na propriedade. Durante a abordagem no aeroporto, os policiais não forneceram muitos detalhes sobre as razões da apreensão. Em declarações à TV Bahia, Dal Barreto afirmou que não estava ciente do que estava sendo investigado, ressaltando que entregou seu celular sem resistir.
“Não falei nada. Não me perguntaram nada. Me pediram o celular e eu entreguei”, contou o deputado em uma breve entrevista no local. O parlamentar, que tomou posse em fevereiro de 2023, nega quaisquer ligações com investigações anteriores que envolvam sua pessoa e enfatiza a confiança na Justiça para a elucidação dos fatos.
Operação Overclean e seus objetivos
A Operação Overclean se destaca por seu foco em práticas fraudulentas e corrupção. Nesta fase, mandados de busca e apreensão foram cumpridos também nas cidades baianas de Salvador e Brasília. Ao todo, foram expedidos oito mandados, além de uma medida cautelar que restringe a liberdade de movimentos dos envolvidos, sem a necessidade de prisão. A operação inclui o sequestro de bens e valores obtidos de forma ilícita, com ordens emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os crimes investigados abrangem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Esses desdobramentos ocorrem em um contexto onde a transparência e a moralidade na gestão pública são assuntos cada vez mais debatidos na sociedade brasileira.
Reação do deputado e compromisso com a verdade
Em um comunicado oficial, Dal Barreto expressou sua intenção de colaborar com a PF e demonstrar sua inocência diante das alegações. “Não tive acesso ao inquérito policial, apenas ao mandado de busca e apreensão, não tendo, portanto, conhecimento acerca dos fatos investigados”, afirmou. Ele reafirmou seu compromisso com a legalidade e sua disposição para prestar esclarecimentos, confiando que a verdade prevalecerá.
Recentemente, o deputado participou de votações importantes, como a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, conhecida por tentar criar mecanismos de proteção a alguns políticos no exercício de suas funções, o que gerou críticas e debates acalorados entre seus pares e a opinião pública.
Os alvos das investigações também levantam questões sobre a integridade das ações políticas e a responsabilidade dos representantes eleitos, especialmente em um momento onde a população brasileira demanda maior clareza e ética em seus líderes. Os próximos passos da Operação Overclean serão acompanhados de perto por imprensa e cidadãos.
Consequências e a atuação da Polícia Federal
As operações da PF têm demonstrado um esforço contínuo para combater a corrupção e as práticas ilícitas que afetam a administração pública. A repercussão da Operação Overclean poderá influenciar futuras estratégias de fiscalização e aumento de transparência nas contratações e práticas governamentais. A expectativa é que as investigações tragam à tona resultados e esclarecimentos que satisfaçam a busca pública por justiça.
A sociedade aguarda desdobramentos e resultantes desta operação, assim como a confirmação do compromisso de Dal Barreto com a ética e a legislação. O futuro do deputado e das iniciativas da PF traz à tona a importância da accountability no Brasil.