No último dia 14 de outubro, o médico Luiz Antonio Garnica compareceu a uma audiência de instrução na justiça, onde fez graves acusações contra sua mãe, Elizabete Arrabaça, no caso da morte de sua esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues. O crime, que ocorreu em março deste ano em Ribeirão Preto (SP), ganhou contornos dramáticos, envolvendo envenenamento e disputas financeiras.
Acusações e circunstâncias do crime
Durante a audiência, Garnica reiterou a versão de que sua mãe era a responsável pela morte de Larissa, alegando que a motivação seria de natureza financeira. A argumentação de Garnica incluiu a menção a um suposto furto de R$ 100 mil que ele teria sofrido, o que, segundo ele, reforçaria a ideia de que Elizabete possuía interesse na morte da esposa e também de sua irmã, Nathalia Garnica, que faleceu em circunstâncias semelhantes um mês antes.
O promotor de Justiça, Marcos Túlio Nicolino, destacou que as acusações feitas por Garnica contra sua mãe não eram meras especulações, mas sim uma tentativa de desviar a responsabilidade pelo crime, o que infringe os laços familiares já fragilizados pela tragédia. Elizabete, por sua vez, negou qualquer envolvimento e alegou ter sido alvo de falsas acusações.
Testemunhos e contradições
Testemunhas evocaram aspectos detalhados da relação tumultuada entre Garnica e sua mãe, incluindo declarações de Antônio Luiz Garnica, pai de Luiz, que descreveu Elizabete como materialista e controladora. Esse contexto financeiro e emocional pode ter desempenhado um papel significativo na dinâmica familiar, criando um terreno fértil para a tragédia.
Elizabete confessou, em sua defesa, que havia escrito uma carta durante um momento de fragilidade emocional, na qual mencionava que a morte de Larissa foi causada por um medicamento contaminado, algo que agora desmentiu. Segundo o advogado de defesa, Bruno Corrêa, a acusação de Garnica contra sua mãe seria um “ato de desespero”, tentando liberá-lo de suas próprias responsabilidades. Ele insinuou que o médico tinha motivos mais claros para desejar a morte de sua esposa, especialmente considerando seu relacionamento extraconjugal, que não havia sido revelado ao público até então.
Morte de Larissa e investigações
A professora Larissa foi encontrada sem vida em seu apartamento no Jardim Botânico, em Ribeirão Preto, com a presença de chumbinho em seu organismo, um veneno comum no envenenamento. As investigações apontaram que, antes de sua morte, Larissa havia descoberto a traição de seu marido. A suposta conivência de Elizabete e Garnica no envenenamento indica um planejamento deliberado, conforme afirmado pelo Ministério Público, com estratégias que envolveram desde a preparação de sopa envenenada até a administração de medicamentos potencialmente letais.
O caso se complica ainda mais pela suspeita de um possível envolvimento financeiro, uma vez que ambos estavam em uma situação de endividamento. A relação conturbada dentro da família e as críticas financeiras são fatores que, segundo a acusação, podem ter motivado o crime hediondo.
Consequências e próximos passos
Atualmente, tanto Luiz Antônio Garnica quanto sua mãe, Elizabete Arrabaça, permanecem detidos e aguardam julgamento, respondendo por feminicídio triplamente qualificado. As evidências e os depoimentos contraditórios levados à Justiça poderão influenciar a decisão do juiz, que determinará se os réus serão levados a julgamento no tribunal do júri, ou se serão absolvidos das acusações.
Os falecidos, Larissa Rodrigues e Nathalia Garnica, estão sepultados no mesmo túmulo em Pontal (SP), uma lembrança trágica de uma família marcada pela dor e pela perda. O desfecho deste caso promete gerar desdobramentos significativos, conforme a Justiça de Ribeirão Preto busca esclarecer os eventos que levaram a essa terrível situação.
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