Brasil, 15 de outubro de 2025
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Às vésperas do funeral, padre Mario Guevara é lembrado como homem de oração

O padre Mario Guevara, vítima de ataque com ácido em 2018, faleceu aos 66 anos em sua Nicaragua natal, sendo homenageado por sua dedicação e fé.

O padre Mario de Jesús Guevara Calero, 66 anos, diretor espiritual do Seminário Major La Purísima em Nicarágua, morreu no último domingo, 12 de outubro, conforme informou a Arquidiocese de Managua. Sua trajetória marcada por fé e resistência foi lembrada pelos líderes religiosos e comunidade local.

Uma vida marcada pela fé e coragem

Guevara foi vítima de um ataque com ácido enquanto dirigia confissões na catedral de Managua, em 5 de dezembro de 2018. O agressor, Elis Leonidovna Gonn, foi presa posteriormente e deportada do país na prisão. Apesar dos graves ferimentos que necessitaram de múltiplas cirurgias, o sacerdote perdoou a autora do ataque, demonstrando sua bravura e amor cristão, em um momento de grande tensão para a Igreja na Nicarágua.

Reconhecimento e homenagens

O arcebispo de Managua, Cardeal Leopoldo Brenes, e os sacerdotes da capital enviaram condolências à família de Guevara, à comunidade do seminário e às paróquias que ele serviu ao longo de sua vida. Em sua homilia na missa de despedida, o cardeal destacou a força e a oração como elementos essenciais na vida do padre Guevara.

Um homem de oração na adversidade

Durante a homilia, Brenes comentou que, nos últimos meses de sua enfermidade, Guevara enfrentou suas dores com um espírito de fé e esperança. “Ao visitá-lo no hospital, via um homem sorridente, com a Liturgia das Horas e o terço na mão, momentos que representam sua forte ligação com Deus e Maria”, ressaltou o arcebispo.

O próprio cardeal destacou que Guevara pregou com sua vida simples, mas poderosa, refletindo a essência de Jesus. “Ele foi um homem de oração, que soube manter a comunicação com Deus independentemente das dificuldades”, afirmou.

Contexto político e social na Nicarágua

O ataque sofrido pelo padre ocorreu em um período de intensa repressão contra a Igreja Católica na Nicarágua, liderada pelo presidente Daniel Ortega e sua esposa, vice-presidente Rosario Murillo. Desde o episódio, mais de 1.000 ataques à Igreja e a proibição de mais de 16.500 processões e atos de piedade têm sido registrados pelo relatório oficial do regime sandinista, denunciando uma perseguição sistemática contra a fé cristã no país.

Segundo Martha Patricia Molina, especialista e autora do relatório “Nicarágua: Uma Igreja Perseguida”, a morte do padre Guevara representa uma perda significativa para a comunidade religiosa local. “Que Deus o tenha na sua morada celestial. Sou grata por sua vida e seu ministério”, afirmou Molina em rede social.

Este episódio reforça a resistência do clero e dos fiéis nicaraguenses, que enfrentam a repressão e os obstáculos com fé e esperança, como exemplificado na vida do padre Guevara.

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