O efeito imediato do cessar-fogo em Gaza sobre a economia mundial deve ser limitado, mas representa um passo importante para a previsibilidade na região, afirma Carlos Frederico de Souza Coelho, professor de Relações Internacionais da PUC-Rio. Segundo ele, o impacto econômico mais relevante ocorrerá caso o acordo, negociado por Donald Trump, se consolide como o início de uma nova era de paz no Oriente Médio — cenário considerado altamente incerto.
Serena expectativa no cenário internacional
De acordo com Coelho, “sem estarmos à beira de conflitos múltiplos no Oriente Médio como nos últimos anos, o ânimo global melhora”. A diminuição da tensão na região pode favorecer a estabilidade do mercado internacional, explica o especialista.
Reconstrução de Gaza e oportunidades econômicas
A reconstrução de Gaza, que teve entre 80% e 90% das edificações danificadas durante os dois anos de conflito, pode abrir espaço para oportunidades positivas para a economia global. No entanto, o processo será tanto de engenharia quanto de disputa política: quem financiará, quem executará e quem controlará o território?
Ao comparar com o Iraque, Carlos Frederico destaca que “a situação em Gaza é muito diferente, pois não envolve interesses diretos em vastas reservas de petróleo”.
Desafios políticos e interesses envolvidos
Segundo análise publicada no GLOBO por Eduardo Graça, há um óbvio conflito de interesses no processo de reconciliação, já que os principais articuladores do cessar-fogo, como Steve Witkoff e Jared Kushner — ambos empreendedores imobiliários — mantêm interlocução com países do Golfo Pérsico, frequentemente exaltados por Trump, por “terem muito dinheiro para gastar”.
Recrudescer ou consolidar a paz?
Embora Donald Trump tenha anunciado o fim da guerra, o professor lembra que “nada está garantido”. Muitas etapas ainda precisam ser cumpridas para que a paz se firme definitivamente. Ainda assim, a redução dos conflitos já é vista como benéfica para todos, inclusive para a economia global.
Perspectivas futuras
Assista ao vídeo que explica os desafios para a paz no Oriente Médio e levanta dúvidas sobre o plano de Trump para Gaza, disponível aqui. A análise sugere que, apesar do avanço, há etapas ainda por cumprir antes que a estabilidade se consolide de fato na região.
