Confiança no Papa Leo XIV em alta
De acordo com o levantamento, 86% dos sacerdotes manifestaram “muita” ou “bastante” confiança no Papa Leo XIV, marcando um aumento em relação à pesquisa de 2022, quando essa porcentagem era de 82%. A maioria (43%) afirmou ter “muita” confiança, enquanto outros 43% disseram ter “bastante”. Apenas 1% afirmou confiar muito pouco no pontífice.
Além disso, 79% dos sacerdotes acreditam que a relação entre a Igreja dos EUA e o Vaticano tende a melhorar nos próximos anos, com 51% prevendo uma melhora significativa. Segundo o estudo, a avaliação do pontificado do Papa contribui para uma percepção mais positiva sobre a direção da Igreja nos EUA.
Desconfiança em relação aos bispos dos EUA
Apesar do otimismo com o líder máximo da Igreja, a confiança nos bispos americanos permanece baixa. Apenas 27% dos sacerdotes afirmaram confiar em seus próprios bispos, um aumento modesto em relação aos 22% de 2022. Em comparação, em 2001, essa confiança era de 39%.
Quando questionados sobre a confiança nos bispos dos EUA de forma geral, apenas 27% expressaram confiança na liderança episcopal, mesmo registrando uma leve alta em relação ao ano passado. A percepção de que os bispos se preocupam com os padres também foi baixa, com 74% dizendo que seus próprios bispos demonstram cuidado, e 11% afirmando o contrário.
Bem-estar pessoal e relacionamentos
Apesar do cenário de dúvidas sobre lideranças, os sacerdotes relataram altos índices de bem-estar pessoal. A média de pontuação foi de 8,2 em uma escala de 10, semelhante ao resultado de 2022, indicando que muitos se consideram emocionalmente e fisicamente saudáveis.
Por outro lado, quando avaliadas as comunidades religiosas, as taxas de crescimento foram menores: 5,7 para padres diocesanos e 6,2 para religiosos, em uma escala de 10. O estudo também apontou que 92% dos sacerdotes têm uma relação próxima com pelo menos um colega, embora um terço deles reconheça que essas relações muitas vezes sejam superficiais. Priesteres recentemente ordenados relatam maior sentimento de solidão: 45% entre os ordenados a partir de 2000, comparados a 27% de aqueles ordenados antes de 1980.
Queimando-se pelo ministério
O levantamento também analisou o burnout, ou esgotamento emocional, dos sacerdotes. Aproximadamente 56% dos padres diocesanos disseram não sentir burnout, enquanto 44% reconheceram sentir alguma fadiga emocional. Entre os religiosos, esses números foram de 69% e 31%, respectivamente, indicando uma melhora em relação a 2022.
Outro aspecto destacado foi o acesso à saúde mental: 96% dos sacerdotes afirmaram ter acesso à aconselhamento, mas apenas 11% estão atualmente fazendo tratamento contínuo. Muitos sacerdotes relataram sentir-se sobrecarregados por tarefas que vão além do seu chamado, especialmente entre os mais jovens, sendo que 45% dos ordenados após 2000 expressaram essa sensação.
Perspectivas e desafios futuros
O estudo mostra um cenário complexamente equilibrado: uma confiança elevada no Papa, dúvidas sobre os bispos, alto bem-estar pessoal, mas preocupações com o cansaço e a sobrecarga de tarefas. Os resultados sugerem que a liderança da Igreja nos EUA enfrenta o desafio de fortalecer a confiança em seus bispos enquanto mantém o alto nível de satisfação pessoal dos sacerdotes.
O levantamento foi realizado entre 12 de maio e 30 de junho de 2025, com uma taxa de resposta de 38%. O relatório completo pode ser acessado aqui.