Brasil, 15 de outubro de 2025
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Inflação na Argentina sobe para 2,1% em setembro e causa turbulência nos mercados

A inflação argentina atingiu 2,1% em setembro, segundo o Indec, acelerando em relação a agosto e impactando a estabilidade econômica do país.

A inflação na Argentina foi de 2,1% em setembro, conforme divulgado nesta terça-feira (14) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O dado representa uma aceleração em relação aos 1,9% de agosto, refletindo a dificuldade do país em conter a escalada de preços em meio a um forte ajuste econômico.

Desempenho da inflação e cenário econômico

O índice acumulado nos últimos 12 meses até setembro atingiu 31,8%, um recuo em relação aos 33,6% registrados no mês anterior, sinalizando uma ligeira desaceleração na trajetória inflacionária. Entretanto, o país enfrenta ainda uma inflação persistentemente elevada, que compromete a recuperação econômica e eleva a pressão sobre a população.

Impactos do ajuste econômico e crise política

Desde a posse do presidente ultraliberal Javier Milei, em dezembro de 2023, a Argentina promove um rigoroso ajuste fiscal, interrompendo obras federais e retirando subsídios essenciais de tarifas de água, energia, transporte e outros serviços, o que resultou numa alta de preços ao consumidor. Essas medidas agravaram a pobreza, que atingiu 52,9% da população no primeiro semestre de 2024, antes de recuar para 38,1% até o final do ano, ainda assim alta.

Além do impacto econômico, o país vive uma crise política aberta. Recentemente, uma denúncia de corrupção envolvendo a própria irmã de Milei, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, gerou instabilidade. Um áudio vazado mostra acusações de propinas a indústrias farmacêuticas, o que alimenta a desconfiança no governo.

Crise no mercado e a influência do cenário político

As eleições de setembro na província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país, marcaram uma derrota considerada dura para Milei, impactando o mercado financeiro. Os títulos públicos, ações e o peso argentino sofreram forte queda, levando a moeda a atingir o menor valor histórico, cotada a 1.423 por dólar.

O pessimismo se intensificou com o temor de que o governo não consiga implementar as reformas necessárias. Em resposta, o Banco Central voltou a intervir no câmbio para conter a depreci ocorreu do peso, que perdeu mais de 27% frente ao dólar em 2025.

Suporte internacional e medidas de recuperação

Para estabilizar a moeda, o governo argentino contou com o apoio do governo dos Estados Unidos. Na última semana, a administração Trump adquiriu pesos e concluiu um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com a Argentina, além de expressar publicamente seu respaldo ao líder argentino, reunindo-se com Milei na Casa Branca para discutir iniciativas de socorro.

Avanços e desafios econômicos

Apesar da turbulência, Milei conseguiu firmar um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), incluindo uma primeira parcela de US$ 12 bilhões. Esse acordo é visto como um voto de confiança internacional na tentativa de implementar uma agenda de reformas e controlar a inflação, que Milei quer manter abaixo de 2% ao mês.

Como parte do ajuste, o governo implementou flexibilizações cambiais e medidas de estímulo à entrada de dólares, incluindo a autorização para uso de dólares armazenados de forma privada sem declarar origem. Entretanto, a instabilidade recente obrigou o Banco Central a voltar a intervir no mercado cambial, tentando conter a desvalorização do peso.

Especialistas alertam que a combinação de ajustes econômicos e instabilidade política pode atrasar a retomada do crescimento, enquanto o país busca equilibrar a necessidade de estabilizar a inflação e fortalecer suas reservas cambiais.

Mais informações em: g1.globo.com

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