Na manhã desta terça-feira (14), o dólar comercial voltou a operar em R$ 5,50, marcando uma alta de 0,84%, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 0,15%, aos 141.572 pontos às 10h45. A nova escalada do câmbio reflete o aumento das tensões geopoliticamente carregadas entre China e Estados Unidos.
Tensões comerciais e sanções entre China e EUA
Mais cedo, a China impôs sanções a cinco subsidiárias nos Estados Unidos de uma construtora naval sul-coreana, Hanwha Ocean. As medidas repercutiram globalmente, contribuindo para a forte aversão ao risco entre investidores. Em entrevista ao Financial Times, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, acusou o governo chinês de tentar “prejudicar a economia global”, evidenciando o grau de deterioração nas relações comerciais e diplomáticas.
Impacto nas bolsas globais
As restrições comerciais desencadearam uma onda de pessimismo nos mercados internacionais. As principais bolsas de Nova York operam em forte baixa: às 10h46, o Dow Jones reduzia-se 1,20%, o S&P 500 caía 1,34% e a Nasdaq recuava 1,96%. O medo de uma escalada do conflito aumenta a incerteza econômica e prejudica o desempenho de ativos arriscados.
Cenário externo de aversão ao risco
Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o cenário externo evidencia uma crescente aversão ao risco, com investidores migrando para ativos considerados refugio, como ouro, iene e franco suíço. Esse movimento pressiona negativamente ativos mais voláteis, como ações, commodities e moedas de países emergentes, incluindo o real.
Previsões e consequências para o mercado brasileiro
“A pressão do dia deve se refletir em uma tendência de alta da taxa de câmbio devido a esse cenário externo”, afirma Mattos. A expectativa é de que o dólar continue em alta enquanto as tensões comerciais entre China e EUA persistirem, alimentando a volatilidade financeira no mercado brasileiro e global.
A situação reforça os receios de investidores sobre a estabilização da economia global diante do aumento do isolamento diplomático e das sanções econômicas implementadas pelas potências.