O setor de serviços apresentou crescimento de 0,1% em agosto, na comparação com julho, atingindo seu sétimo resultado positivo neste ano, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo IBGE. Na comparação com agosto de 2024, o avanço foi de 2,5%, mantendo a 17ª taxa positiva consecutiva nesse período.
Recuperação impulsionada pelo mercado de trabalho e redução de preços
De acordo com Caio Dianin, pesquisador do FGV Ibre, o resultado ficou dentro do esperado, mas destacou a melhora nos serviços prestados às famílias, que cresceram 1% — a segunda alta seguida após um período de desaceleração entre abril e junho. Para Stéfano Pacini, também do FGV IBRE, essa recuperação está relacionada à diminuição dos preços, especialmente dos alimentos, o que elevou a confiança do consumidor e foi favorecida pelo mercado de trabalho.
Mercado de trabalho e confiança do consumidor
“Se o consumidor está empregado, tem mais segurança para consumir, sair, ir a um restaurante, fazer uma viagem. A confiança do consumidor melhorou na ponta. Isso se explica pela taxa de desemprego de 5,6%, a menor da série histórica. Essa situação impulsiona o setor e traz mais resiliência à atividade econômica”, analisa Pacini.
Perspectivas para os próximos meses
Caio Dianin avalia que os serviços prestados às famílias podem não repetir o resultado de agosto em setembro, devido ao enfraquecimento na inflação dos serviços subjacentes, refletido na redução da demanda. “O IPCA de setembro mostrou esse enfraquecimento, o que pode levar a uma devolução dos ganhos”, explica.
Os cinco segmentos pesquisados pelo IBGE na PMS tiveram crescimento em quatro, com destaque para serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceram 0,4%, o quarto resultado positivo consecutivo e acumulando alta de 2%. Os transportes avançaram 0,2%, outros serviços 0,6%, além de serviços às famílias.
Cenário de desaceleração e expectativas econômicas
O setor de serviços cresceu 3,1% nos últimos 12 meses, ligeiramente acima dos 3,0% registrados até julho, indicando uma leve aceleração. Apesar de a série estar 18,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), os economistas projetam uma desaceleração futura.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, prevê um crescimento de 2,1% para o setor em 2025, refletindo a perda de ritmo causada por inflação persistente, juros elevados e condições financeiras mais restritivas. “Essa combinação leva a uma perda de dinamismo, embora de forma mais lenta do que inicialmente previsto”, afirma.
Para mais detalhes, acesse a fonte do Globo.