Na manhã da última terça-feira, 14 de outubro de 2025, uma operação da Polícia Civil do Piauí resultou na prisão de Marcus Almeida de Moura, um empresário ligado à administração do ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (PRD). Além dele, Stanley Freire, ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC), foi um dos alvos das investigações que também culminaram na prisão de Sol Pessoa, ex-assessora de Dr. Pessoa. Esta ação é parte da chamada Operação Gabinete de Ouro, que investiga supostos casos de corrupção na gestão municipal.
A operação e suas implicações
De acordo com o delegado Ferdinando Martins, coordenador do Departamento de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Deccor), Marcus era um empresário terceirizado durante a gestão de Dr. Pessoa. Já Stanley Freire, um dos principais alvos da operação, teve seu nome vinculado a mandados de busca e apreensão. Ao todo, quatro mandados de prisão foram executados, todos envolvendo pessoas diretamente ligadas ao ex-prefeito. A identidade dos outros dois envolvidos ainda não foi divulgada pela polícia.
A operação, que se estendeu por diversos pontos da capital piauiense, resulta de uma investigação minuciosa que começou há quase um ano, após uma denúncia anônima que revelou práticas ilegais vinculadas ao que se chamou de “gabinete de ouro”. Os crimes em apuração ocorreram entre 2021 e 2024 e envolvem uma rede de favorecimento a empresários e prestadores de serviços que mantinham ligações com a gestão municipal.
Os crimes e as investigações
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou que ocupantes de cargos estratégicos na Prefeitura de Teresina teriam utilizado servidores comissionados e terceirizados como operadores financeiros para a prática de atos ilícitos. As investigações apontam para envolvimentos diretos com construtoras e prestadoras de serviço que favoreceram a organização criminosa durante o período em questão.
O delegado Ferdinando Martins destacou a importância da operação e o impacto que ela pode ter no combate à corrupção no estado. “Identificamos servidores que tinham protagonismo dentro da gestão pública, especialmente envolvendo terceirizados e fornecedores. Vamos reunir o material e dar continuidade ao trabalho que já realizamos”, afirmou Martins.
Bloqueio de bens e prejuízos associados
Uma das medidas mais drásticas tomadas durante a operação foi o bloqueio de bens que totalizam mais de R$ 75 milhões. Esse valor refere-se a bens, valores e veículos que foram adquiridos de forma ilícita pelos envolvidos nas investigações. Além do bloqueio, também foram sequestrados imóveis de alto valor, incluindo uma casa de luxo e um apartamento. Essas ações visam garantir que os bens adquiridos de forma ilegal não sejam utilizados para beneficiar os acusados de corrupção.
A situação se desenrola em um momento delicado para a política local. A Operação Gabinete de Ouro levanta questões concernentes à transparência e à moralidade na administração pública, especialmente em uma cidade que experimenta desafios significativos em relação à corrupção. Com um histórico recente de denúncias e operações, a sociedade civil continua atenta às consequências das ações judiciais e administrativas que se seguem.
Próximos passos e impactos sociais
A Operação Gabinete de Ouro vem em um contexto de crescente insatisfação popular com práticas corrutivas no governo. A Polícia Civil do Piauí já planeja mais ações para dar continuidade às investigações e capturar mais envolvidos. A importância de criar um sistema de accountability, onde os cidadãos possam acompanhar e exigir a prestação de contas por parte dos gestores públicos, nunca foi tão relevante.
As próximas semanas serão cruciais para o andamento da investigação e para que a população de Teresina possa ter um vislumbre da efetividade das medidas tomadas. O trabalho da polícia, juntamente com a opinião pública vigilante, pode ser determinante para que a cidade caminhe em direção a uma maior limpeza na administração pública.
Conclusion
Enquanto isso, a expectativa é que novas denúncias apareçam e que os órgãos de controle se tornem cada vez mais ativos na fiscalização da gestão pública. A sociedade espera que a Operação Gabinete de Ouro não seja apenas uma ação pontual, mas um sinal de que a luta contra a corrupção está apenas começando em Teresina.
