O julgamento dos responsáveis pela morte do brasileiro Alisson, aos 35 anos, em Grândola, Portugal, revelou uma série de controvérsias nesta semana. Segundo relatos de advogados e familiares, a promotoria pediu, na última sexta-feira (31), penas variadas, incluindo absolvição de um dos acusados, em audiência realizada na comarca de Setúbal. A sentença será divulgada em 12 de novembro, podendo haver recursos por parte da defesa.
Detalhes do caso e pedidos do Ministério Público
De acordo com Mayla Pertel, viúva de Alisson, que acompanha o processo, o promotor do Ministério Público solicitou penas de até 25 anos de prisão, embora algumas acusações tenham sido modificadas. Um dos requerimentos foi a absolvição de um dos envolvidos, além da alteração do homicídio tentado por lesão leve, enquanto outro acusado foi condenado por toda a denúncia.
“Um deles foi absolvido, e ficou claro que o promotor fez pedidos diferentes para cada acusado”, comentou Mayla ao Portugal Giro. Ela explicou ainda que a leitura da sentença, prevista para o dia 12, deve ser aguardada com expectativa, pois há possibilidade de recursos após o julgamento.
Contexto: crime e consequências para a vítima
Alisson foi morto em junho de 2023 na cidade de Grândola, em uma ação envolvendo criminosos que entraram na residência do casal por engano, buscando outra pessoa. Os assassinos atiraram nele enquanto ele protegia Mayla, que conseguiu escapar após revelar estar grávida na época. Este episódio resultou no nascimento de Maria Alice, em novembro do mesmo ano, e o casal permanece residindo em Portugal.
Uma das linhas de investigação aponta que um dos acusados teria levado os criminosos até a casa por engano. Os suspeitos fugiram de Portugal após o crime, mas foram localizados e presos posteriormente.
Testemunhas ameaçadas e riscos no julgamento
A advogada de Mayla revelou que duas testemunhas no julgamento sofreram ameaças enquanto aguardavam o desfecho do caso. Uma delas, com deficiência visual, esteve na festa que teria motivado a crime. Segundo ela, as ameaças vieram após testemunhar fatos relacionados ao episódio.
“A Guarda Nacional Republicana foi procurada, mas disseram que nada poderiam fazer. Então, tivemos que recorrer à Justiça”, relatou a advogada. Ela também destacou a preocupação com as ameaças às testemunhas e seus familiares, incluindo menores.
Outro testemunho enviou relato à Justiça dizendo que ele e sua família, incluindo crianças, receberam ameaças, o que gerou temor de represálias. “Enviei um pedido de socorro ao Ministério Público, mas até o momento não recebi resposta. Tenho medo pela minha vida e pela de minha família”, afirmou a testemunha ao Portugal Giro.