Brasil, 14 de outubro de 2025
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Governo Lula inicia exonerações de cargos ligados ao Centrão

Ministra Gleisi Hoffmann discute demissões após derrota na MP do IOF, reforçando a aliança para 2026.

Na última semana, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir a recente onda de exonerações lançada pelo governo federal aos indicados de deputados que se manifestaram contra a Medida Provisória (MP) do IOF. A ministra enfatizou que as demissões não são uma retaliação, mas um ajuste necessário em um governo que busca consolidar suas forças à medida que as eleições se aproximam.

A exoneração e seu significado político

As conversas ocorridas na última semana têm como pano de fundo uma estratégia do Planalto para mapear os parlamentares que realmente estão alinhados ao governo Lula. Para Gleisi Hoffmann, a votação que resultou na rejeição da MP do IOF serviu como um termômetro, revelando quais deputados estão dispostos a apoiar as iniciativas do governo a partir de agora. Interlocutores afirmaram que a Câmara foi, de fato, impactada por essas demissões, mas o diálogo da ministra com líderes partidários buscou transmitir que essa abordagem é uma forma de fortalecer os aliados do governo em vista das eleições de 2026.

O cenário atual no Senado

Enquanto isso, a estratégia de demissões não se estende ao Senado, onde o governo aparentemente não possui um mapa claro de aliados. A expectativa é que as exonerações sirvam como um alerta para aqueles senadores que têm cargos no governo e que possam pensar em votar contra os interesses do Planalto em questões fundamentais. A administração de Lula precisa evitar que a situação se agrave na Casa Alta, onde a articulação política é igualmente complexa.

Entenda a derrota do governo com a MP do IOF

A recente derrota do governo envolve vários fatores que contribuíram para o desenrolar da situação. Entre os principais pontos, estão:

  • O governo esperava a aprovação da MP para aliviar as contas públicas;
  • A proposta tinha como alvo a taxação de fundos de investimento isentos e apostas em jogo;
  • Na véspera da votação, as expectativas mudaram drasticamente;
  • O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, atuou para reverter o cenário;
  • Centrão e oposição se uniram para debilitar a base de Lula até 2026.

As consequências para a arrecadação pública

A Medida Provisória que foi rejeitada previa diversas medidas arrecadatórias que poderiam significar uma entrada significativa de recursos nos cofres do governo, variando de R$ 17 bilhões até R$ 35 bilhões em 2026. Este montante era essencial para que o governo pudesse atingir suas metas fiscais sem precisar fazer cortes em programas estratégicos.

Reorganização interna e futuras demissões

Antes mesmo da votação da MP, ficou claro para o Planalto que a rejeição era uma probabilidade, mas a aprovação da proposta era fundamental para que o governo obtivesse um claro registro dos deputados que se opuseram à sua proposta. A intenção é remover da máquina pública aqueles indicados por parlamentares que não apoiaram o governo, redistribuindo essas posições entre os aliados que votaram a favor.

Entre os exonerados, destaca-se Rodrigo de Lemos Lopes, indicado pelo deputado Altineu Côrtes (RJ), que ocupava um posto de destaque na vice-presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa Econômica Federal. Além dele, outras demissões ocorreram na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e no Ministério da Agricultura.

De acordo com informações obtidas pelo Metrópoles, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) continua a mapear os cargos, e novas demissões de figuras consideradas “infiéis” ao governo devem ocorrer em breve. A expectativa é que estas ações fortaleçam a base governamental e evitem surpresas indesejadas nas votações futuras.

Assim, o governo Lula demonstra sua intenção de alinhar suas forças em meio a uma base política diversificada, recuperando o controle sobre a narrativa política e garantindo apoio em um cenário eleitoral cada vez mais desafiador.

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