Brasil, 14 de outubro de 2025
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Impactos do tarifão de Trump para o agro do Brasil

A guerra comercial entre Estados Unidos e China aumenta a crise dos agricultores americanos e eleva a importância do Brasil no mercado de soja

O aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, impulsionado pelos tarifões do governo Trump, acentuou a crise enfrentada pelos produtores de soja americanos. Com as exportações ao maior mercado de oleaginosas do mundo em queda, o Brasil emerge como alternativa estratégica, impulsionando as vendas de soja brasileira para a China.

Tarifas de Trump e queda nas exportações americanas

Desde a imposição de tarifas adicionais de 20% sobre produtos, incluindo soja, Pequim passou a restringir sua compra de oleaginosa dos EUA, impactando diretamente o setor agrícola do país. Segundo a Associação de Soja dos Estados Unidos (ASA), as exportações de soja para a China, que representavam metade dos US$ 24,5 bilhões em vendas norte-americanas, foram reduzidas a 50% em um ano. Como consequência, os preços da soja despencaram aproximadamente 40%, afetando financialmente os agricultores.

Classe de agricultores e perspectivas de colheita

Travis Hutchinson, agricultor de Maryland, afirma que, embora preveja uma boa colheita, muitos produtores não terão condições de obter renda suficiente. “Na melhor das hipóteses, 40% da nossa produção será vendida a preço de custo”, revela. Hutchinson, que cultiva soja e milho em uma propriedade de cerca de 1.375 hectares, mostra-se frustrado com a prolongação do conflito comercial.

Para os produtores norte-americanos, a situação é agravada pelo fato de a Argentina também oferecer soja mais competitiva ao mercado chinês, após suspender impostos à exportação. Diante desse cenário, o Brasil se torna o principal fornecedor de oleaginosas para a China, atingindo recordes de vendas anuais em outubro, segundo o setor.

Brasil, a nova ameaça ao mercado americano

Com preferência recorrente pela soja brasileira, a China tem ampliado suas compras ao país sul-americano. Dados do setor indicam que as vendas de soja brasileira ao gigante asiático já ultrapassaram os níveis de anos anteriores, colocando o Brasil na posição de principal fornecedor mundial e ameaçando a estabilidade econômica do agronegócio dos EUA.

Reações do governo e o futuro da relação comercial

O presidente Trump garantiu que parte das receitas oriundas das tarifas será devolvida aos agricultores americanos, embora sem detalhes precisos. Além disso, anunciou tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e cancelou a reunião prevista com o presidente Xi Jinping, aumentando a incerteza no comércio bilateral. O presidente da ASA, Caleb Ragland, criticou a situação, afirmando que “os produtores de soja enfrentam dificuldades financeiras”.

Especialistas alertam que o cenário dos EUA é pior do que o vivido há sete anos, durante a primeira guerra comercial entre as nações. Na ocasião, perdas de cerca de R$ 104 bilhões aconteceram, com subsídios do governo americano, e hoje o setor encara uma crise agravada por custos mais elevados e baixa liquidez, com aumento de falências e dificuldades econômicas.

Perspectivas e desafios para os agricultores dos EUA

Segundo o economista Scott Gerlt, a situação atual, especialmente nos estados centrais, é preocupante. Os silos estão cheios e as saídas comerciais dificultadas, agravando os prejuízos do setor. A expectativa é de que o conflito, se prolongado, tenha efeitos duradouros e trate das estratégias de mercado e apoio governamental para os agricultores americanos.

Enquanto isso, o Brasil se beneficia do cenário internacional, consolidando sua posição como maior exportador mundial de soja, com crescimento nas vendas para a China e fortalecimento da agroindústria brasileira no mercado global.

Para saber mais sobre o impacto do conflito na economia agrícola brasileira, acesse o link completo.

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