A automedicação começa geralmente com boas intenções — aliviar a febre, garantir conforto ou reduzir a dor —, mas essas ações podem ter efeito contrário. O uso incorreto de medicamentos pode causar intoxicações, mascarar doenças e aumentar a resistência a antibióticos. Trata-se de uma prática perigosa, cada vez mais presente no dia a dia.
Em crianças, o uso de medicamentos sem recomendação de especialistas é ainda mais arriscado. O organismo infantil reage de forma diferente ao das pessoas adultas, e pequenas doses podem causar intoxicações graves, muitas vezes exigindo tratamentos especializados. Além disso, a automedicação inadequada pode interferir diretamente no desenvolvimento físico e neurológico da criança, gerando consequências de longo prazo. Por isso, o cuidado com os pequenos deve ser redobrado, e é essencial estar atento a qualquer sinal de que algo esteja errado.
A farmacêutica e professora do curso de Farmácia da Unifacid Wyden, Lorena Braz, destaca os sinais que devem ser observados em casos de automedicação infantil: “mesmo com todos os cuidados, a automedicação pode acontecer. É importante que os pais ou cuidadores fiquem atentos a qualquer comportamento fora do habitual, como sonolência excessiva, agitação incomum ou qualquer alteração que não faça parte da rotina da criança”, alerta a especialista.
Com o aumento da compra de remédios sem prescrição médica, o Ministério da Saúde, por meio de propostas legislativas, reforça que farmácias são os únicos estabelecimentos de saúde responsáveis por oferecer condições seguras para a comercialização e distribuição de medicamentos. O objetivo é garantir o uso racional de medicamentos sob orientação profissional, alinhado às diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, assegurando a saúde e a segurança da população.
A segurança das crianças depende do cuidado e da atenção de seus responsáveis. Evitar a automedicação e buscar orientação médica ao menor sinal de alteração é a melhor forma de garantir a prevenção e o desenvolvimento saudável dos pequenos. “Caso ocorra automedicação, o responsável deve procurar imediatamente um atendimento médico, levando consigo o nome do medicamento e, se possível, a embalagem, para que o profissional tome as medidas necessárias”, orienta a farmacêutica Lorena Braz.
Com informações da Ascom