A tensionamento entre Estados Unidos e China aumentou novamente na semana passada, com ambos os países impondo novas tarifas e controles de exportação, embora esses movimentos possam ser estratégias de negociação, afirmam especialistas. A disputa acontece enquanto as duas nações continuam em conversas para um possível acordo comercial antes do fim do atual período de trégua, que expira em novembro.
Tensão global com foco em recursos estratégicos
Na última semana, a China anunciou rigorosos controles de exportação sobre os chamados metais de terras raras, essenciais para tecnologia e eletrônicos. As novas regras, que entram em vigor em 1º de dezembro, exigem licença de exportação para produtos com pequenas quantidades desses materiais, além de tecnologias relacionadas ao processamento e fabricação de ímãs.
O Ministério de Comércio chinês afirmou que as medidas visam garantir a segurança do abastecimento nacional, mas os efeitos se estenderam a exportadores internacionais, incluindo empresas europeias e asiáticas, bem como os Estados Unidos, que também impôs restrições após o acordo de trégua de tarifas alcançado em maio.
Risco de escalada ou manobra estratégica?
Apesar do aumento de tensões, analistas sugerem que as ações podem ser táticas de ambos os lados para fortalecer suas posições de negociação. Goldman Sachs, por exemplo, observa que o cenário provável é que os países recuem de políticas agressivas, buscando uma extensão indefinida do atual período de trégua tarifária.
O presidente Donald Trump, que reagiu à escalada com tom de tranquilidade, publicou no domingo na rede social Truth Social: “Não se preocupem com a China, tudo ficará bem! O respeitado presidente Xi teve um momento difícil. Ele não quer uma depressão para seu país, nem eu! Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la!”
Rumo à reunião com Xi Jinping
O embate ocorre enquanto a expectativa aumenta em torno de uma possível reunião entre Trump e Xi Jinping, prevista para acontecer na Coreia do Sul ainda neste mês. Ambos os lados continuam negociações para evitar a retomada de tarifas e deflacionar as tensões comerciais.
Segundo especialistas, o clima atual reforça a percepção de que as ações recentes podem ser estratégias para fortalecer posições e pressionar por concessões antes do encontro. A disputa por recursos estratégicos, como as terras raras, exemplifica a importância geopolítica do conflito.
Impactos futuros e possíveis desfechos
Autoridades econômicas e analistas de mercado veem como provável um recuo temporário das políticas mais agressivas, com possibilidades de extensão da trégua. Ainda assim, a disputa por domínio econômico e tecnológico entre as duas maiores economias do mundo deve continuar influenciando o cenário global.
