Brasil, 13 de outubro de 2025
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Indicação de Jorge Messias ao STF gera polêmica no Senado

A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF por Lula provoca tensões no Senado e pode afetar a aprovação.

A recente aposentadoria de Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) abre espaço para novas indicações, mas a escolha de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, como favorito para ocupar a vaga, já está criando um clima tenso na base governista do Senado. A insistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em indicar Messias tem gerado descontentamento entre os senadores, que expressaram suas reservas por meio de Davi Alcolumbre, presidente do Senado.

Aposentadoria de Barroso e seus desdobramentos

Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada, e essa decisão impacta diretamente a composição do STF. Alcolumbre, em mensagens a ministros do governo, deixou claro que se Lula continuar a insistir na indicação de Messias, a aprovação pode se tornar um desafio considerável. Os senadores, segundo fontes próximas ao presidente do Senado, sentiram-se “traumatizados” pela escolha de Flávio Dino, outro indicado de Lula, cuja aprovação ocorreu em um clima conturbado, resultando em 47 votos a favor e 31 contra.

Histórico de tensão entre o Congresso e o STF

A escolha de Dino, que é senador e teve uma trajetória estável até então, tornou-se complicada após sua atuante postura contra o orçamento secreto, uma prática que serve de base para diversas emendas parlamentares. As investigações e medidas implementadas por Dino após sua posse culminaram em uma acirrada disputa com o Congresso, aumentando a animosidade entre as duas casas.

Messias: um novo Dino?

Para muitos senadores, a possibilidade de Messias ser o indicado é alarmante. Ele é visto como uma versão de Dino, com uma atitude semelhante em relação ao Legislativo, mas com a desvantagem de não ter experiência parlamentar. Isso levanta preocupações sobre sua aceitabilidade na Casa, principalmente após a recente experiência traumática que tiveram com Dino.

A disputa interna no Senado

Ao contrário do que aconteceu com a indicação de Dino, Alcolumbre está fervorosamente apoiando um candidato alternativo: Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, que conta com o suporte de outros ministros do STF, como Alexandre de Moraes. Essa disputa interna intensifica a pressão sobre Lula para repensar sua estratégia de indicações, considerando a possibilidade de um embate prolongado que poderia resultar em resistência significativa na aprovação de Messias.

Desafios enfrentados por Lula

A situação política do Brasil é complexa. Lula já enfrentou várias dificuldades no Congresso e depende do apoio do Senado para aprovar suas necessidades governamentais. Alcolumbre, que tem um papel crucial nesse cenário, poderia se tornar um aliado estratégico, desde que suas preocupações sejam respeitadas ou compensadas de alguma forma. “Lula pode até insistir em Messias, mas corre o risco de ver os senadores pegarem em armas”, disse um participante das conversas, referindo-se às possíveis consequências se a indicação avançar sem uma solução amigável.

Contexto histórico das indicações ao STF

Indicadores e ministros do STF já enfrentaram rejeições no passado, mas a última vez que um indicado pelo presidente foi barrado pelo Senado ocorreu em 1894, um reflexo das adversidades que podem surgir em tempos de tensão política. A pressão exercida pelos senadores para que seja considerada uma diversidade de perfis e a defesa de um candidato que não gere resistências é palpável no ambiente político atual.

Com tudo isso em jogo, Lula se encontra em um ponto extremamente delicado, onde o jogo de cintura e a habilidade política se tornam seus maiores aliados para navegar nas águas turbulentas do Senado. É imperativo que o presidente entenda os sinais e busque um equilíbrio que não apenas respeite a dinâmica política, mas que também salvaguarde a conivência necessária para governar com eficácia.

Portanto, enquanto a aposentadoria de Barroso marca um momento de transição no STF, provocações internas e tensões no Senado delineiam um cenário complicado que exigirá atenção cuidadosa por parte do governo. A escolha de Jorge Messias, em um contexto tão conturbado, certamente irá provocar debates acalorados e poderá moldar o futuro das relações entre o Executivo e o Legislativo no Brasil.

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