Na manhã desta segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Roma, na Itália, para participar do Fórum Mundial da Alimentação, promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Além das discussões sobre segurança alimentar, Lula também terá encontros importantes relacionados à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e será recebido pelo papa Leão XIV no Vaticano, em uma reunião que marca a primeira audiência do pontífice com Lula desde sua eleição em maio deste ano.
A comitiva presidencial chegou à capital italiana no domingo (12), e retornará ao Brasil ainda nesta segunda-feira. O convite para que Lula participasse do fórum foi feito pelo diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, em julho, após a positiva notícia de que o Brasil havia saído do Mapa da Fome, com menos de 2,5% de sua população em risco de subnutrição.
Durante um evento em São Paulo na última sexta-feira (10), Lula enfatizou que abordará “o fim da fome, outra vez, no Brasil” em seu discurso no fórum. “A gente tinha acabado com a fome em 2014. Voltei em 2023 e havia 33 milhões de pessoas dentro do Mapa da Fome. Agora, acabamos com ela outra vez em dois anos e meio”, declarou, destacando os esforços que têm sido realizados para erradicar a fome no país.
O que esperar do fórum mundial da alimentação
O Fórum Mundial da Alimentação, que ocorre até o dia 18 de outubro, também comemora os 80 anos da FAO, uma plataforma global que visa acelerar a transformação dos sistemas agroalimentares. A agenda do evento está alinhada com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
Estruturado nos pilares de Juventude, Ciência e Inovação e Investimentos, o fórum adota os conceitos dos “quatro melhores” (four betters): melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e melhor vida. A edição de 2025 promete ser ainda mais significativa, com uma série de atividades dedicadas ao reconhecimento de boas práticas em segurança alimentar e agricultura sustentável.
Aliança global contra a fome e a pobreza
Além de sua participação no fórum, Lula também será copresidente da segunda reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este conselho é composto por ministros, representantes de governos, agências da ONU, bancos multilaterais e organizações da sociedade civil. Durante o encontro, que terá formato híbrido, será avaliado o progresso da iniciativa desde sua criação em 2024.
Entre os principais tópicos discutidos estarão os avanços da Iniciativa de Implementação Acelerada (Fast Track), que apoia planos de combate à fome e à pobreza em diferentes países, incluindo Etiópia, Quênia, Haiti, Ruanda e Zâmbia. Com mais de 80 manifestações de interesse por parte de parceiros financeiros e técnicos, o objetivo é acelerar a implementação de ações que possam ter um impacto significativo para as populações em situação de vulnerabilidade.
Os primeiros resultados desta parceria devem ser apresentados durante a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social da ONU, que ocorrerá em Doha, Catar, no próximo dia 3 de novembro. Nessa ocasião, novos compromissos de financiamento e cooperação internacional no combate à fome e à pobreza serão anunciados oficialmente.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi criada durante a presidência brasileira no G20 e hoje conta com cerca de 200 membros, incluindo 102 países, 53 fundações, 30 organizações internacionais e 14 instituições financeiras, que são essenciais para o financiamento de projetos e planos da aliança.
Na Itália, Lula também vai inaugurar o espaço do Mecanismo de Apoio da Aliança Global, que servirá como secretariado da iniciativa, com sede na FAO e escritórios em Brasília, Adis Abeba, Bangkok e Washington.
O fato de Lula estar engajado em discussões internacionais sobre alimentação e pobreza pode ter repercussões importantes tanto para a política interna brasileira quanto para a imagem do país no exterior, um passo significativo em um momento em que a luta contra a desigualdade se torna crucial.