Desde que se juntou à equipe da NBC News em outubro passado, Blayne Alexander tem sido vista como a peça que faltava na renomada “Dateline”. Como mulher negra, ela reconhece sua responsabilidade de ampliar vozes e histórias de comunidades frequentemente subrepresentadas na televisão americana.
A importância de diversidade em “Dateline” e na televisão
Durante o CrimeCon, evento de jornalismo investigativo, Alexander afirmou que sua presença na equipe é uma forma de mostrar que há espaço para jornalistas negros na mídia. Josh Mankiewicz, veterano correspondente do programa, comentou que ela realmente representa o que a NBC buscava: “Precisávamos contratar os melhores, e conseguimos. Nosso objetivo é refletir a aparência de uma América diversa.”
Segundo pesquisa de 2022 do Pew Research, 43% dos ouvintes de podcasts de true crime são latinos e 36% são negros, indicando o apelo de histórias relacionadas a essas comunidades. Alexander reforça que o programa busca contar histórias com as quais diversos públicos possam se identificar.
Vozen de quem inspira e transforma
Antes de integrar “Dateline”, Alexander atuou como repórter e âncora em várias plataformas, sempre com o objetivo de elevar vozes pouco ouvidas. “Acredito que minha responsabilidade é ouvir as pessoas, trazer minha perspectiva e buscar entender suas experiências de vida”, explicou.
Desde criança, ela tinha o sonho de ser jornalista. Morando perto do prédio federal de Oklahoma City, ela vivenciou de perto o impacto do atentado de 1995, que matou 168 pessoas. “Assistir à cobertura na TV me mostrou a importância de contar histórias verdadeiras”, relembra.
Experiências que moldam a reportagem
Para Alexander, sua atuação no “Dateline” é uma extensão do seu trabalho anterior, mas com foco maior na profundidade das investigações. “Gostar de ouvir famílias por horas é algo que nunca tinha vivido antes. Essa conexão é muito recompensadora”, afirmou.
A jornalista destaca que uma das partes mais gratificantes do trabalho é o contato com os familiares de vítimas. Ela relata que muitas vezes, após as entrevistas, as pessoas dizem que se sentem aliviadas, até como em uma terapia, ao finalmente poder falar sobre seus entes queridos.
Futuro e desafios na cobertura jornalística
Alexander revelou interesse em abordar casos de vítimas negras, especialmente mulheres que sofreram violência doméstica, visto ser uma questão que merece mais atenção. Ela também tem fascínio por casos antigos que, graças a novas tecnologias ou descobertas, podem ser resolvidos após anos de espera.
Ao ser reconhecida como a “peça que faltava”, ela diz sentir um peso de responsabilidade, mas também uma grande honra. “É emocionante que os espectadores me tenham como parte da família de ‘Dateline’. Isso significa que estou no caminho certo”, concluiu.
