Brasil, 13 de outubro de 2025
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Costa Cruzeiros vê potencial para viagens de cruzeiro o ano inteiro no Brasil

Presidente da Costa Cruzeiros acredita na expansão do setor no Brasil, mesmo com desafios como infraestrutura e custos elevados

A Costa Cruzeiros, uma das maiores operadoras de cruzeiros do mundo, completa 77 anos nesta temporada, com destaque para sua forte presença no Brasil. Em entrevista ao GLOBO, Dario Rustico, presidente da Costa para as Américas, reafirmou o potencial do mercado brasileiro para o desenvolvimento de cruzeiros durante o ano todo, apesar de obstáculos atuais.

Potencial de viagens o ano inteiro no Brasil

Rustico defende que o Brasil, devido ao seu clima e extensão litoral, poderia oferecer rotas de cruzeiro durante todo o ano. No entanto, fatores como custos altos, câmbio instável e infraestrutura limitada nos portos dificultam essa expansão. O executivo ressaltou que, atualmente, a temporada de cruzeiros no país dura apenas cinco meses, concentras no verão, mas que há espaço para crescimento.

Desafios do setor no Brasil

  • Custo elevado: A alta tarifa em relação a outros países, além da instabilidade da moeda, prejudicam investimentos de longo prazo.
  • Infraestrutura insuficiente: Portos brasileiros ainda não possuem estrutura adequada para receber navios modernos, especialmente em relação às tecnologias de GNL (gás natural liquefeito) e tomadas de energia elétrica para navegação sustentável.
  • Segurança e planejamento: A ausência de um projeto de longo prazo compromete o desenvolvimento sustentável do setor.

Operações atuais e planos futuros

Na temporada que inicia em novembro, a Costa Cruzeiros planeja operar dois navios no Brasil, um a menos que no ano passado. Esses navios, Costa Favolosa e Costa Diadema, trarão brasileiros para destinos nacionais, na América do Sul e na Europa. Além disso, há planos para duas viagens de volta ao mundo, com durações de 66 e 141 dias, incluindo paradas no Brasil.

Expectativa para a temporada

Segundo o presidente da Costa, a procura por cruzeiros permanece elevada, com ocupação de 100% em 2024. Os navios chegam ao Brasil em novembro, e a expectativa é de manter a alta demanda até abril. A companhia também busca diálogo com entidades como a CLIA e o próprio governo para tornar o Brasil mais atrativo ao setor.

Posição do Brasil na estratégia global da Costa

O Brasil está entre os quatro principais mercados da Costa no mundo, com forte conexão histórica desde a primeira viagem em 1948, de Gênova a Buenos Aires, passando pelo Rio. Apesar do potencial, a operadora destaca que o país poderia adotar uma estratégia de cruzeiros durante o ano inteiro, como acontece na Austrália e no Mediterrâneo, se as condições fossem adequadas.

Gargalos e possibilidades

  • Número limitado de companhias: Apenas duas operam no Brasil atualmente, devido a custos, infraestrutura e burocracia.
  • Desafios de infraestrutura: Os portos brasileiros ainda não estão preparados para receber navios mais modernos ou atender às necessidades ambientais atuais, como abastecimento com GNL e energia elétrica.
  • Propostas em estudo: Existem discussões sobre a construção de terminais dedicados em Santos e no Rio de Janeiro, com previsão de conclusão em 2030, caso aprovadas em breve.

Diálogo com o governo e perspectivas futuras

Rustico destacou que o relacionamento com o governo é constante e envolve a discussão de mais de 15 pontos estratégicos para fortalecer o setor. A prioridade é criar um ambiente de confiança, com regras definidas e estabilidade tributária, além de melhorar a infraestrutura portuária.

O executivo também comentou sobre ações inovadoras da Costa, como a realização de cruzeiros exclusivos com artistas famosos e o uso de navios como plataformas de hospedagem para eventos, como a COP30, que ocorrerá em Belém. Segundo ele, esses projetos demonstram a versatilidade dos navios e potencial de diversificação do setor no Brasil.

Para 2026, a expectativa é que o Brasil tenha uma estratégia mais consolidada, o que pode impulsionar o crescimento de cruzeiros durante o ano inteiro, aproveitando todas as condições locais. Assim, o país pode se tornar um destino global já conhecido e desejado por turistas de todo o mundo.

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