Dominante no cenário do automobilismo norte-americano, a Nascar ainda engatinha no Brasil, mas planeja passos maiores para se estabelecer em um país no qual a Fórmula 1 e a Stock Car carregam um histórico significativo. Enquanto a marca associada aos circuitos ovais utiliza pilotos experientes para protagonizar suas primeiras temporadas, também se volta para o desenvolvimento e a exportação de jovens talentos.
Início do programa Drive Development
O quinteto formado por Gui Backes, Felipinho Tozzo, Aldrefinho Ibiapina, Tito Giaffone e Victor Andrade já compete no Brasil e dará um grande passo em suas carreiras ao participar do programa Drive Development nos Estados Unidos. A partir de hoje, esses jovens talentos terão contato com líderes de equipes e executivos americanos, realizando visitas técnicas e testes tanto dentro quanto fora das pistas durante uma semana de imersão.
Os testes incluem a pilotagem de carros de uma equipe de divisão de acesso em um breve circuito oval. Esta experiência não apenas enriquecerá o conhecimento dos pilotos, mas também proporcionará uma visão valiosa que eles levarão de volta ao Brasil.
Oportunidades e avaliação de desempenho
Carlos Col, CEO da Mais Brasil, empresa responsável pela Nascar no país, revela que o piloto mais bem avaliado terá a chance de participar de uma série de seis corridas nos EUA no início do próximo ano. “Não se espera apenas que ele seja rápido e eficiente na pista, mas também um bom profissional, apoiado por bom caráter e valores,” comenta Col.
A avaliação será conduzida pela direção da categoria sob a supervisão de Gabriel Casagrande, tricampeão da Stock Car e competidor na Nascar Brasil, que trará sua experiência para garantir que os jovens pilotos estejam prontos para o desafio.
Na atual temporada, renomados pilotos como Rubens Barrichello, Ricardo Zonta e Cacá Bueno se juntaram à categoria, com Barrichello já se consagrando campeão antes mesmo do final do campeonato.
Desafios e crescimento no Brasil
Desde 2012, a Nascar tem competições nas pistas brasileiras, mas foi apenas em 2023 que a parceria com a marca americana se concretizou oficialmente, permitindo um avanço significativo para a categoria. Em seu terceiro ano, a expectativa é que o evento atraia mais de 300 mil espectadores nos autódromos brasileiros, um sinal claro do crescimento do interesse pelo automobilismo oval no país.
Entretanto, a entrada da Nascar no Brasil enfrenta desafios culturais. A organização busca não só se inserir em um mercado já consolidado por categorias como a Stock Car, mas também promover uma mescla de gerações, oferecendo uma proposta complementar ao já estabelecido. Para isso, eventos como a Copa Truck são frequentemente realizados em conjunto com as corridas da Nascar.
Adaptação cultural e atrações nos eventos
Chapman também destaca a importância de entender a cultura local. Nos EUA, é comum ver grandes multidões em um único fim de semana de corrida, com uma atmosfera festiva que inclui churrascos em estacionamentos. No Brasil, a estratégia consiste em respeitar e incorporar as variações regionais, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste, onde esses eventos já são mais comuns.
“Quando vamos ao Rio Grande do Sul, a cultura do churrasco é evidente, com pessoas acampando e fazendo festas desde quinta-feira. Em outros locais, como Brasília e Goiânia, a cultura é mais voltada para um almoço de domingo, e procuramos criar um ambiente de festa durante os eventos,” complementa o CEO.
Planos futuros e expansão da Nascar Brasil
Atualmente, a Nascar trabalha majoritariamente com circuitos mistos, já que os ovais ainda são uma novidade no Brasil. No entanto, existe um planejamento para a construção de mais circuitos ovais; o primeiro foi inaugurado em Curvelo, em Minas Gerais. Carlos Col afirma que conversas estão em andamento para a criação de pelo menos mais três ovais nos próximos anos.
A temporada de 2026 promete ser ainda mais ambiciosa, com 24 carros disputando em 21 corridas, incluindo a expansão para cidades como Chapecó e Cuiabá, e a introdução de um sistema de playoffs nas etapas finais. O novo modelo de carro, chamado Rise 26, foi apresentado no dia 1º de outubro e promete melhorias em segurança e performance, frutos de dois anos e meio de desenvolvimento.
Com esses passos, a Nascar Brasil afirma seu compromisso em não apenas crescer, mas também oferecer uma proposta robusta e válida ao cenário automobilístico nacional, criando novas oportunidades para pilotos e equipes locais.