Brasil, 13 de outubro de 2025
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CPI do INSS ouve ex-integrantes da cúpula em caso de fraudes

A CPI do INSS vai interrogar ex-diretores em investigação sobre fraudes em descontos para aposentados.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS inicia nesta segunda-feira uma série de depoimentos que promete trazer à tona detalhes cruciais sobre um dos maiores escândalos envolvendo fraudes em descontos para aposentados. Entre os convocados estão ex-integrantes da cúpula da autarquia, demitidos em meio às investigações que ensombram a gestão do órgão.

Depoimentos da cúpula do INSS

No centro desses depoimentos está Alessandro Stefanutto, que foi presidente do INSS e foi afastado em abril passado, após uma operação da Polícia Federal que focou em fraudes envolvendo descontos concedidos a aposentados. Ele será seguido por André Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS. Ambos são figuras-chave no escândalo que vem gerando enorme repercussão e desconfiança na população brasileira.

Suspeitas e investigações

As investigações apontam que Stefanutto atuou para liberar descontos em massa em benefício da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Este ato ocorreu apesar da Procuradoria do órgão ter emitido parecer contrário à liberação desses descontos. O relatório da Polícia Federal indica que a decisão tomada por Stefanutto foi “com base em justificativas que se mostraram infundadas e contrárias à legislação”, liberando pelo menos 34 mil descontos.

Stefanutto, por sua vez, negou qualquer irregularidade. A Contag, que também é alvo de scrutiny, afirmou em nota que “sempre atuou com ética e responsabilidade” e que busca melhorar a gestão e fiscalização de seus projetos de acordo com as normas legais.

Histórico dos ex-dirigentes

Além de sua recente presidência, Stefanutto tem uma longa trajetória no INSS, ocupando cargos de relevância desde 2004. Ele foi procurador do órgão durante o primeiro mandato de Lula e também em seu terceiro, entre 2011 e 2017. Seu conhecimento técnico poderá ser um fator importante nas investigações, já que suas decisões têm implicações diretas para milhares de aposentados.

André Fidelis, por outro lado, saiu do governo em julho de 2024, enquanto enfrentava críticas por suposta lentidão na auditoria relacionada às fraudes nos descontos. Investigadores encontraram que ele e pessoas ligadas a ele teriam recebido R$ 5,1 milhões provenientes de empresas intermediárias que atuavam em conjunto com entidades associativas. A defesa de Fidelis se comprometeu a se manifestar apenas após ter acesso completo aos autos do inquérito.

A avaliação do governo

O então ministro da Previdência, Carlos Lupi, comentou sobre a situação em abril, afirmando que sua saída do cargo foi em grande parte motivada por “incompetência”. Ele revelou que estava insatisfeito com a falta de agilidade que Fidelis demonstrava em concluir os relatórios necessários para dar andamento às auditorias, descrevendo sua estranheza por não finalizar nem mesmo uma Instrução Normativa.

À medida que a CPI do INSS avança, a pressão sobre esses ex-dirigentes só tende a aumentar. Os depoimentos desta segunda-feira marcam mais um capítulo numa saga que expõe as fragilidades do sistema e coloca em xeque a confiança da população na gestão de suas aposentadorias. A expectativa é que novos detalhes e informações relevantes sejam revelados, acrescentando camadas à já complexa rede de acusações e contradições que permeiam este caso.

Conforme as investigações prosseguirem e a CPI continuar a ouvir testimoniais, a sociedade brasileira aguarda ansiosamente por respostas e justiça em relação a um escândalo que afetou diretamente a vida de muitos aposentados.

Essa CPI não se compromete apenas com a apuração dos fatos, mas também com a integridade de um sistema que deveria proteger os direitos de quem dedicou a vida inteira ao trabalho. O que se espera é que, ao final, faças importantes lições possam ser aprendidas, garantindo que casos como este não voltem a acontecer.

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