No último fim de semana, um episódio tenso foi registrado em Foley Square, Manhattan, onde o candidato a prefeito de Nova York, Zohran Mamdani, foi confrontado por manifestantes que o acusaram de antisemitismo. O protesto tomou forma principalmente na forma de gritos de repúdio à sua posição em relação ao Hezbollah e à lei Sharia, demandando que o político se manifestasse contra essas organizações. O incidente gerou um clamor nas redes sociais, onde vídeos mostram Mamdani sendo escoltado por seus seguranças enquanto os protestos se intensificaram ao seu redor.
Os eventos em Foley Square
O evento, que inicialmente visava mostrar apoio à Procuradora Geral de Nova York, Letitia James, rapidamente se transformou em um ponto de conflito. Os manifestantes, com bandeiras e tambores, cercaram Mamdani, exigindo que ele “denunciasse o Hezbollah” e “repudiasse a lei Sharia”. Os gritos de “antissemita” ecoaram pelas ruas enquanto a segurança do candidato tentava criar uma barreira protetiva entre ele e a multidão.
Reações e declarações de Mamdani
Em declarações anteriores, Mamdani já havia se recusado a condenar totalmente o Hezbollah, afirmando que “policiar a linguagem não é o papel de um funcionário público”. Contudo, ele enfatizou sua oposição a qualquer tipo de incitação à violência e ao antisemitismo. Durante seu discurso no evento em Foley Square, ele se disse triste pelas consequências de conflitos como o que se desenrola em Gaza, lembrando das vidas afetadas e da necessidade de um diálogo aberto.
O vídeo do protesto se espalhou rapidamente nas redes sociais, levando a um novo debate sobre a retórica e as posições dos políticos em relação ao Oriente Médio. A resposta de Mamdani às críticas foi parcial. Ele expressou condolências pelas vidas perdidas em Israel após os ataques de 7 de outubro, quando Hamas realizou ataques que resultaram na morte de mais de 1.100 israelenses.
A crítica do Ministério das Relações Exteriores de Israel
A recente aparição de Mamdani também atraiu a atenção do Ministério das Relações Exteriores de Israel, que o acusou em uma publicação nas redes sociais de atuar como um “porta-voz da propaganda do Hamas”. Essa afirmação gerou mais controvérsias, especialmente em um clima onde as tensões sobre a questão israelense e palestina estão em alta. A postagem alertava sobre a normalização do antisemitismo e o culpava por apoiar a violência em vez de buscar entender a situação.
Impacto nas eleições de Nova York
A crescente pressão sobre Mamdani à medida que as eleições se aproximam levanta questões sobre o futuro político do candidato. Com a polarização em relação às suas opiniões sobre o Oriente Médio, muitos já levantaram preocupações sobre o impacto de sua eleição na comunidade judaica de Nova York. A presença de um candidato cujas opiniões sobre esses temas são amplamente debatidas e controversas pode sinalizar um novo tipo de política na cidade.
Mamdani ainda não comentou publicamente sobre seu encontro com os manifestantes ou os eventos que levaram à sua saída protegida do local. Em meio ao clima de tensão política, ele se vê em um momento decisivo, onde a formação da opinião pública poderá influenciar não apenas sua campanha, mas também a dinâmica política de Nova York daqui para frente.
À medida que a discussão sobre as suas posições continua, Mamdani deve enfrentar uma série de desafios para comunicar suas ideias e fortalecer suas bases de apoio. Com a pressão interna e externa aumentando, suas próximas declarações e ações se tornarão ainda mais relevantes para o desfecho de sua candidatura.
O clima eleitoral em Nova York nunca foi tão volátil, e a capacidade de Mamdani de navegar por esse terreno complicado será crucial para sua definição como candidato a prefeito.