A China respondeu neste domingo (12) às tarifas de 100% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, classificando a decisão como “hipócrita” e prometendo adotar ações de retaliação. O Ministério do Comércio chinês afirmou que a postura de Washington prejudica os interesses do país e prejudica o ambiente de negociações bilaterais.
Posição oficial da China frente às tarifas americanas
Segundo comunicado divulgado pelo ministério, a China considera as ações dos EUA uma “hipocrisia” e reforça que não temerá uma guerra tarifária. “Não queremos uma guerra comercial, mas não recuaremos de nosso direito de defender nossos interesses”, declarou o ministério. A resposta veio dois dias após o anúncio de Donald Trump, que declarou que as tarifas entrariam em vigor a partir de 1º de novembro.
O governo chinês defendeu ainda suas restrições às exportações de terras raras, metal crucial para a indústria tecnológica global, em resposta às críticas de Trump, que chamou a medida de “surpreendente” e “hostil”. Pequim destacou que as ações dos Estados Unidos desde as negociações do mês passado motivaram suas próprias medidas de controle, incluindo novas restrições sobre semicondutores e tecnologias de refino.
Reação dos mercados e possíveis desdobramentos
O aumento da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou uma queda nas bolsas globais e afetou empresas do setor de tecnologia. A situação também ameaça uma eventual reunião entre Trump e Xi Jinping, prevista para ocorrer na cúpula da APEC, na Coreia do Sul, ainda neste mês. Enquanto Trump afirmou que “não há motivo” para o encontro, Pequim ainda não confirmou sua participação.
Retomada da guerra comercial
As tarifas de 100% representam a retomada do conflito comercial iniciado no começo de 2025, quando os EUA e a China aumentaram seus tributos progressivamente, chegando a 145% e 125%, respectivamente. A nova escalada aumenta o risco de retaliações e de uma ação mais agressiva por parte de Pequim.
Questão das terras raras e controle industrial
Na quinta-feira (9), Pequim anunciou a inclusão de cinco novos elementos na lista de exportações controladas, além de reforçar a fiscalização sobre semicondutores e restringir tecnologias de refino. A China responde por mais de 90% da produção mundial de terras raras, minerais essenciais para a fabricação de chips, ímãs e componentes estratégicos.
O que são terras raras?
As terras raras são um conjunto de 17 minerais utilizados em tecnologias avançadas, como celulares, computadores e equipamentos militares. Apesar de reservas distribuídas globalmente, a maior concentração está na China e no Brasil. Trump acusou Pequim de tentar expandir restrições às exportações, o que poderia congestionar os mercados mundiais e prejudicar várias nações.
Perspectivas futuras
A escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China pode afetar significativamente o cenário econômico global. Com as tarifas à vista e possíveis retaliações, o ambiente de negociações permanece instável, podendo influenciar o desenvolvimento de tecnologias estratégicas e o mercado de minerais essenciais.