No último domingo, durante a Santa Missa em homenagem ao Jubileu da Espiritualidade Mariana, Papa Leão XIV alertou sobre os riscos da instrumentalização da fé e a necessidade de manter Jesus Cristo como centro da espiritualidade. O evento contou com a presença de reitores e responsáveis de santuários, membros de movimentos e confrarias marianas na Praça São Pedro, onde a imagem original de Nossa Senhora de Fátima foi trazida especialmente para a ocasião.
A espiritualidade mariana tem Jesus como centro
A homilia do Pontífice enfatizou a importância de lembrar sempre de Jesus, com base em uma passagem de Paulo a Timóteo: “Tem sempre bem presente Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos e nascido da linhagem de David” (2 Tm 2, 8). O Papa explicou que a espiritualidade mariana, que alimenta a nossa fé, deve ter Jesus no seu centro. “A espiritualidade mariana está a serviço do Evangelho, revelando a sua simplicidade”, destacou Leão XIV.
Durante sua mensagem, o Santo Padre também observou que “o domingo deve nos fazer cristãos”, sugerindo que a espiritualidade deve transformar nossas vidas cotidianas. Ele teve palavras de encorajamento, ressaltando que, mesmo em meio a vozes que parecem separar os fiéis da essência do amor de Deus, a verdade permanece: “Deus é puro dom, somente graça.”
O Papa exortou os presentes a adotar um compromisso ativo em suas vidas: “A espiritualidade mariana nos compromete a saciar os famintos, a exaltar os humildes e a recordar a misericórdia de Deus.” O papel de Maria como intercessora é fundamental para educar os fiéis a meditar sobre os encontros divinos que ocorrem em suas vidas.
Cuidado com a instrumentalização da fé
Papa Leão XIV continuou a sua reflexão, fazendo um alerta importante sobre o culto que não promove verdadeiros encontros: “Existem formas de culto que não nos ligam aos outros e anestesiam o nosso coração.” Segundo ele, essas práticas de fé podem nos afastar da verdadeira essência cristã, que deve ser marcada pelo amor e pela empatia, em vez de criar divisões.
A mensagem do Papa trouxe à tona a lembrança dos leprosos que, no Evangelho, não voltaram para agradecer. Essa reflexão ilustra que a graça de Deus pode ser recebida sem resposta, enfatizando a importância de estarmos sempre abertos à ação de Deus em nossas vidas. O Santo Padre afirmou: “Tenhamos cuidado com toda instrumentalização da fé, que faz correr o risco de transformar os diferentes – muitas vezes os pobres – em inimigos, em ‘leprosos’ a evitar e rejeitar.”
O caminho de Maria é seguir Jesus
Por fim, Leão XIV reafirmou que o caminho de Maria é o mesmo que o de Jesus, que se dirige a todos, especialmente aos mais necessitados. “A autêntica espiritualidade mariana torna atual na Igreja a ternura de Deus, a sua maternidade”, destacou o Papa, citando a Exortação Apostólica Evangelii gaudium do Papa Francisco. Encorajou a todos os presentes a permanecer fiel à espiritualidade cristã e a olhar para Maria como um modelo de devoção e amor.
Concluindo sua homilia, o Santo Padre fez um apelo por justiça e paz, incentivando os fiéis a usar a espiritualidade cristã como um motor para a renovação e transformação. “Que Maria Santíssima, nossa esperança, interceda por nós e nos guie sempre para Jesus, o Senhor crucificado. Nele, há salvação para todos”, finalizou.
O Jubileu da Espiritualidade Mariana, portanto, não é apenas um evento de celebração, mas um chamado à ação para que todos os cristãos se unam, cultivando uma fé que, ao invés de separar, busca unir e acolher. Que as palavras do Papa ressoem em nossos corações e inspirem uma vida espiritual mais vigorosa e amorosa.
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