Brasil, 12 de outubro de 2025
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Segurança e bem-estar: fatores decisivos nas eleições de 2026

Pesquisa revela que insegurança pode afetar decisões eleitorais no Brasil.

À medida que o Brasil se aproxima do ciclo eleitoral de 2026, a preocupação com a segurança e o bem-estar do cidadão se destaca como um dos principais fatores que influenciarão o voto dos eleitores. Uma análise recente revelou que, em um contexto de incertezas e rápidas mudanças sociais e econômicas, a busca por segurança se torna uma prioridade para o eleitorado, especialmente em um cenário marcado por um aumento alarmante da violência e insegurança.

A influência das distopias no cenário político

Em maio de 2019, uma charge do cartunista Joe Dator, publicada na revista The New Yorker, se tornou viral ao retratar um atendente de livraria que pedia ajuda a um colega para realocar livros distópicos de ficção para a seção de não-ficção. Este caricaturismo se alinha com a realidade contemporânea, onde o antropólogo Jamais Cascio introduziu o acrônimo BANI, que resume as características de um mundo cada vez mais ansioso, não linear e incompreensível. Esses conceitos de distopia se tornaram especialmente relevantes durante a pandemia, quando os desafios sociais e econômicos se intensificaram.

Pressões políticas e a percepção de segurança econômica

O pragmatismo político do eleitorado brasileiro, especialmente os ”invisíveis” que representam 54% da população, reflete essas distopias. A pesquisa da More in Common/Quaest revelou que a segurança econômica, mesmo em tempos de inflação e juros elevados, impacta positiva e significativamente a percepção pública. Dados recentes indicam que a percepção de que é mais fácil conseguir emprego hoje do que há um ano subiu de 34% para 42% entre os entrevistados, abrangendo todos os estratos de renda.

No entanto, essa tendência econômica é afetada por outros fatores que geram insegurança. A violência urbana, que lidera as preocupações dos brasileiros desde maio, agora superou a economia como principal fonte de stress e ansiedade. Os números mostram que, em outubro, 30% das menções se referiam à segurança, enquanto a preocupação com a economia caiu para 16% – uma redução significativa ao longo dos últimos meses.

Aumento da violência e sua repercussão

Dados alarmantes sobre o aumento da violência, principalmente envolvendo estelionato digital, revelam um cenário preocupante. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), houve um crescimento de 408% nesse tipo de crime nos últimos seis anos, enquanto crimes mais tradicionais, como furtos e roubos, continuam a desafiar a percepção de segurança pública.

As forças de segurança pública enfrentam um desafio considerável, pois a desconfiança nas instituições complica a efetividade da segurança pública. Um estudo do Datafolha estima que quase 15 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes nos últimos doze meses, e 45% desses cidadãos não registraram boletim de ocorrência, evidenciando uma desconexão entre a realidade da violência e as respostas institucionais.

Um novo paradigma político para 2026

O impacto da violência está cada vez mais presente no debate político, especialmente quando eventos de grande repercussão, como apedrejamentos de ônibus ou contaminação de bebidas alcoólicas, trazem novamente à tona a necessidade urgente de segurança. A noção da “Nova Cangaço“, que aterroriza populações de áreas interioranas, só intensifica esse sentimento de urgência e medo.

À medida que nos aproximamos de 2026, a segurança pessoal e a percepção de bem-estar dos cidadãos emergem como variáveis centrais nas decisões eleitorais. O desejo por segurança poderá sobrepujar afiliações ideológicas profundas, criando uma influência sem precedentes sobre o eleitorado.

*Mauro Paulino é comentarista político, especialista em opinião pública e eleições. Alessandro Janoni é diretor de pesquisas da consultoria Imagem Corporativa. Ambos foram diretores do Datafolha por mais de 20 anos.

Assim, diante deste exposto, está claro que a segurança e o bem-estar se tornaram pilares fundamentais que moldarão a dinâmica eleitoral e política dos próximos anos no Brasil, refletindo não apenas uma realidade imediata, mas também um anseio por um futuro mais seguro para todos.

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