Brasil, 12 de outubro de 2025
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Consumo consciente e preços baixos impulsionam 181 brechós na região de Piracicaba

A região de Piracicaba conta com 181 brechós que oferecem moda sustentável a preços acessíveis, refletindo uma nova consciência de consumo.

A região de Piracicaba, no interior de São Paulo, se destaca por um cenário positivo e crescente para o mercado de brechós. Um levantamento recente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelou que, atualmente, existem 181 brechós ativos em 13 cidades da região. Esse fenômeno é impulsionado pela mudança nas preferências de consumo, com a população buscando alternativas mais sustentáveis e acessíveis em tempos de crise econômica.

O perfil dos brechós na região

O levantamento aponta que a grande maioria dos brechós, aproximadamente 130, são microempreendedores individuais (MEIs), que têm se mostrado resilientes e criativos para se manterem competitivos. Além disso, 47 dos negócios se enquadram na categoria de microempresa (ME), enquanto quatro são consideradas empresas de pequeno porte (EPP). Esse quadro demonstra a força do empreendedorismo local, onde pequenos negócios têm se adaptado e prosperado no ambiente comercial.

As cidades de Piracicaba e Limeira são responsáveis pela maior parte desses estabelecimentos, somando, juntas, 109 brechós. No Estado de São Paulo, o total de pequenos negócios que comercializam produtos de segunda mão chega a 7.348, evidenciando um crescimento consistente no setor.

Motivações para o consumo em brechós

A pesquisa, realizada entre 23 de abril e 4 de maio deste ano, não apenas catalogou os brechós, mas também investigou o comportamento dos consumidores. Os resultados mostraram que 71% dos entrevistados optam por produtos de segunda mão principalmente por conta dos preços baixos. Além disso, 45% valorizam a qualidade dos itens, e 43% estão motivados pela sustentabilidade e pelo consumo consciente. Esse novo comportamento é reflexo de uma sociedade que busca minimizar os impactos ambientais e valorizar a economia circular.

Exemplos de empreendedores que se destacam nessa mudança são Marcela Prata, proprietária do brechó “Desapegos da Má”, e Tatiana Scarpari, do “Brechó da Tatti”. Ambas compartilham experiências que mostram como a conscientização sobre o consumo se alinha às suas histórias pessoais. Marcela, 26 anos, começou sua jornada em 2021, motivada por um desejo de desfazer-se de roupas não utilizadas. Para ela, a pandemia trouxe a reflexão sobre o consumo excessivo, que a levou a criar um espaço onde os consumidores pudessem encontrar peças garimpadas com curadoria.

O novo formato dos brechós

Com o tempo, os brechós evoluíram. O contato entre consumidores e empreendedores tornou-se mais humanizado, e a comunicação é considerada essencial nesse novo modelo de negócio. “Na minha loja você não tem que garimpar nada, já está tudo garimpado”, explica Marcela, enfatizando a curadoria cuidadosa que faz antes de disponibilizar as peças. Essa abordagem não só eleva a qualidade do produto, mas também estabelece um vínculo de confiança com os clientes.

O que mais se destaca entre os produtos

De acordo com a pesquisa, as categorias de produtos mais procuradas em brechós incluem roupas masculinas (51%), roupas femininas (50%) e calçados (46%). A pesquisa ainda revelou que 84% dos consumidores preferem realizar compras em brechós físicos, o que indica uma valorização da experiência de compra presencial e da conexão com o vendedor.

As empreendedoras destacam como o consumo sustentável se tornou uma tendência. “O brechó entrega peças exclusivas, e as outras lojas têm tudo repetido”, afirma Tatiana. Ela observa que as peças de luxo a preços acessíveis têm atraído um público com maior poder aquisitivo, levando a uma democratização desse tipo de consumo.

Desafios e a nova concorrência

Embora a popularização dos brechós seja vista como algo positivo para o setor, a concorrência também trouxe desafios. Marcela e Tatiana refletem sobre como a distribuição de peças ficou mais diluída entre os diversos estabelecimentos, o que pode dificultar a captação de novos produtos. Contudo, ambas concordam que a colaboração entre brechós e o aumento da conscientização sobre o consumo responsável são sinais de um mercado em crescimento e transformação.

Em um mundo onde a moda rápida e o consumismo desenfreado são frequentemente criticados, os brechós de Piracicaba se destacam como uma alternativa viável e sustentável. Com preços acessíveis e um compromisso com a qualidade e a sustentabilidade, esses negócios estão moldando uma nova forma de consumir, que valoriza tanto o produto quanto o meio ambiente.

*Sob supervisão de Claudia Assencio.

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