O último UFC Fight Night realizado na Farmasi Arena, localizada na Barra da Tijuca, foi mais do que uma simples competição de artes marciais mistas; foi um verdadeiro espetáculo de emoções e rivalidades. Enquanto os brasileiros são famosos por sua hospitalidade no cotidiano, no octógono a atmosfera se transforma, especialmente quando um lutador estrangeiro ameaça desbancar os representantes da casa. O grito “uh, vai morrer” ressoou durante as lutas, simbolizando a paixão e o patriotismo que toma conta da plateia.
A vitória decisiva de Charles do Bronx
Na luta principal da noite, o ex-campeão peso-leve, Charles “do Bronx” Oliveira, mostrou que ainda é um forte candidato ao título. Ele enfrentou o polonês Mateusz Gamrot e garantiu uma finalização no segundo round, aos 2min48seg, provocando a euforia da torcida que não só celebrou sua vitória, mas também entoou músicas gospel durante a competição. Charles, questionado sobre seu futuro, já sinalizou o desejo de retornar ao cinturão, desafiando o lutador Max Holloway em busca do título BMF.
Momento de tensão e virada
O evento teve um início empolgante com Saimon Oliveira animando a multidão com sua entrada, mas a maré de vitórias logo virou, resultando em frustrações para os fãs. No decorrer das lutas, a plateia viu diversos lutadores brasileiros sucumbirem. Contudo, a recuperação veio com as vitórias de Deiveson Figueiredo e Charles Oliveira, que reconectaram o público com a energia vibrante do evento.
Impacto das vitórias no público
Após uma série de derrotas que decepcionaram os torcedores, a empolgação voltou com as vitórias de Deiveson Figueiredo e Charles do Bronx. Figueiredo, que venceu em uma decisão apertada, se reintegrou ao coração do público, que antes o havia vaiado após sua última luta. O ambiente ficou ainda mais intenso quando membros da plateia provocaram o pugilista aposentado Acelino “Popó” Freitas, alvo de ofensas devido a uma antiga rivalidade com a lenda do MMA, Wanderlei Silva.
Destaques da noite
Dentre os destaques, também estava a luta de Júlia Polastri, que enfrentou a polonesa Karolina Kowalkiewicz. Desde o início, Polastri impôs um forte ritmo e culminou em um nocaute no terceiro round. Lucas “fenômeno” Rocha e Beatriz Mesquita também brilharam, mostrando o potencial crescente do MMA no Brasil. Mesquita, conhecida por seus títulos no Jiu-jitsu, teve um início arrasador na organização, finalizando sua oponente em sua estreia no UFC.
Sensação Jafel Filho e as surpresas da noite
Outro momento interessante da noite foi o cultuado Jafel Filho, que trouxe um clima religioso ao evento ao entrar ao som de cânticos evangélicos e vencer seu duelo por estrangulamento. O aspecto musical da competição se uniu à luta de maneira única, criando um ambiente de celebração e reza entre os fãs e os lutadores.
Últimos embates e despedidas
O evento se encerrou com notes altos, com Charles do Bronx demonstrando um ritmo forte entre as lutas. Além da intensa atmosfera criada pela torcida, as despedidas de outros ícones, como José Aldo, foram momentos de grande emoção. O público celebrou seu legado, enquanto os novos talentos reintegravam a esperança de um futuro promissor para o MMA brasileiro.
É inegável que o UFC no Brasil não é apenas sobre lutas; é um reflexo da cultura, da paixão e do espírito esportivo nacional. A Farmasi Arena viu não apenas campeões, mas uma torcida fervorosa que não deixa de mostrar seu amor, mesmo nas derrotas.
O próximo UFC no Brasil promete ser uma nova oportunidade para que os lutadores locais mostrem sua força e retribuam todo o suporte recebido da apaixonada torcida brasileira.