Brasil, 11 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Desafio de Lula: quem substituirá Barroso no STF?

A escolha do novo ministro para o STF exigirá equilíbrio entre confiança e relacionamento com o Senado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um dilema considerável ao decidir o substituto de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Neste terceiro mandato, Lula deve considerar se continuará a priorizar a confiança em seus indicados ou se optará por um nome que possa garantir a boa relação com o Senado, um cenário político cada vez mais delicado.

A proximidade a Lula e as relações no Senado

Após a aposentadoria de Barroso, entidades têm pressionado o presidente a indicar uma mulher para o STF, o que torna a situação ainda mais complexa. Se Lula for fiel ao primeiro critério, o advogado-geral da União, Jorge Messias, é considerado o candidato favorito. Por outro lado, se buscar apoio no Senado, o nome de Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, ganha força, especialmente por conta do apoio de líderes senadores como Davi Alcolumbre, do União Brasil.

O papel do Senado e os desafios governamentais

A escolha de Messias, que é visto como um favorito entre os assessores palacianos, pode, no entanto, gerar desconforto entre os senadores. A Casa do Senado tem atuado como um contrapeso à Câmara dos Deputados, que recentemente impôs derrotas ao governo, como a retirada de pautas importantes, o que poderia afetar a governabilidade no restante do mandato de Lula.

Além disso, a resistência de Alcolumbre dentro de seu partido traz mais desafios, pois reflete um núcleo que se opõe à decisão da cúpula do União Brasil de apoiar o governo. Essa dinâmica poderá influenciar a escolha de Lula, já que o presidente deseja evitar erros cometidos em seus mandatos anteriores, onde escolhas mal feitas prejudicaram sua imagem e a do partido no STF.

A experiência anterior de Lula com indicações ao STF

Durante seus primeiros mandatos, Lula indicou ministros que, em algumas situações, tomaram decisões que lhe foram adversas. Um exemplo marcante é Joaquim Barbosa, que, embora indicado pelo presidente, votou pela condenação de membros do PT no caso do mensalão. Essa lembrança ainda ecoa nas decisões do atual presidente, ciente da importância de suas escolhas, especialmente considerando o histórico de relações tensas entre o PT e o STF em mandatos anteriores.

Em 2018, por exemplo, o STF decidiu contra o habeas corpus de Lula, em um cenário onde ministros por ele indicados votaram contra a liderança do partido, levantando questionamentos sobre a estratégia que Lula deve seguir agora. A avaliação sobre a nova escolha é clara: se Jorge Messias for indicado, sua postura deve alinhar-se com as expectativas de Lula, já que sua relação de confiança é maior que a que existe com Pacheco.

Alternativas à escolha de Jorge Messias

Outro nome cogitado para a vaga de Barroso é Bruno Dantas, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), que também apresenta um perfil alinhado ao que Lula procura. No entanto, tanto Bruno quanto Rodrigo Pacheco possuem um grau de confiança menor do que Messias. As indicações anteriores, como as de Cristiano Zanin e Flávio Dino, mostraram que Lula tende a escolher nomes em quem confia plenamente, embora isso tenha suas consequências nas relações políticas.

Expectativas e próximos passos

Apesar do cenário complicado e das diversas pressões externas e internas, não há previsão de que Lula promovam amplas consultas ou diálogos públicos com senadores para a nova indicação. Sua postura restrita nas escolhas anteriores, como com Zanin e Dino, indica que ele provavelmente seguirá por esse caminho, consolidando uma escolha que, para ele, deve ser baseada na confiança e na estratégia política que deseja manter com o STF.

Portanto, o desfecho dessa escolha não será apenas uma questão de ajustar o lado jurídico da questão, mas também um teste de habilidade política de Lula, que terá que equilibrar suas relações com o Congresso e suas preferências pessoais em termos de confiança.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes