A Polícia Federal deflagrou, nesta semana, a Operação Última Fase, que desmantelou uma organização criminosa conhecida como a ‘máfia dos concursos’, responsável por fraudes em processos seletivos de alta complexidade no Brasil. A operação revelou que o esquema, baseado no sertão paraibano, funcionava como uma estrutura familiar altamente organizada, capaz de driblar sistemas de segurança das bancas organizadoras.
Esquema familiar e métodos sofisticados de fraude
Segundo as investigações, o grupo utilizava tecnologia de ponta, incluindo pontos eletrônicos implantados cirurgicamente nos candidatos, além de acesso antecipado aos gabaritos. O núcleo da organização era liderado por Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar, apontado como o principal articulador do esquema. Ele e seus familiares, incluindo irmãos, esposa e sobrinha, desempenhavam funções específicas para garantir o sucesso das fraudes.
Quando e como atuaram
As ações criminosas ocorreram entre 2015 e 2025, abrangendo dezenas de concursos, como Polícia Federal, Caixa Econômica, Banco do Brasil e polícias civis e militares. Os valores cobrados atingiam até R$ 500 mil por vaga, sendo pagos em dinheiro, ouro, veículos e até procedimentos odontológicos. Parte do dinheiro era lavada por meio de movimentações financeiras ilegais, compra e venda de imóveis e uso de laranjas.
Produtos da fraude e envolvimento de servidores
Embora não haja provas de envolvimento direto das bancas, há indícios de conexões com servidores públicos e profissionais de saúde, responsáveis por recrutar candidatos, instalar os dispositivos e movimentar recursos ilícitos. Os métodos de fraude incluíam, além da utilização de pontos eletrônicos, troca de candidatos por dublês nas provas, garantindo altas notas e gabaritos idênticos, mesmo em provas diferentes.
Provas coletadas e ações judiciais
A Polícia Federal reuniu evidências como áudios, mensagens codificadas, comprovantes de pagamento e análises de gabaritos compatíveis com o uso de trapaças. A operação resultou na prisão preventiva de três pessoas e no cumprimento de mandados de busca e apreensão em diferentes estados. Autoridades também determinaram o impedimento de posse para candidatos aprovados por meios fraudulentos e o afastamento cautelar de servidores suspeitos.
Reação dos investigados e futuro do caso
Os envolvidos negam qualquer participação no esquema, alegando cooperação com as investigações e desacreditando as acusações. Especialistas consideram o método altamente sofisticado e perigoso, pois coloca em xeque a integridade de concursos públicos no país. A Polícia Federal continua as apurações para identificar possíveis outros membros e reforçar as medidas de prevenção contra fraudes.
O caso evidência a necessidade de reforçar a segurança e a fiscalização em processos seletivos, além de reforçar o combate às organizações criminosas que ameaçam a transparência e a meritocracia na administração pública brasileira.
Para entender detalhes do esquema, acesse a matéria completa no g1.