Brasil, 11 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Fungos podem ser a proteína do futuro, aponta pesquisa

Estudo da Embrapa revela que fungos, com alto valor proteico, podem substituir fontes tradicionais de proteína na alimentação

Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indica que fungos, especialmente o micélio, têm potencial para se tornar uma importante fonte de proteína sustentável, semelhante à carne, ovos e leite. A abordagem utiliza tecnologias avançadas, como a edição genética, para aumentar o potencial proteico desses microrganismos.

O potencial nutricional dos fungos

Segundo o pesquisador André Damasio, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os fungos apresentam textura similar à carne e podem produzir proteínas de alta qualidade. “O micélio, estrutura de sustentação do fungo, possui alto valor nutricional e pode ser reforçado por tecnologias biotecnológicas,” explica.

Além de seu valor nutricional, os fungos oferecem uma alternativa mais sustentável à criação de animais, ajudando a mitigar os impactos ambientais, como desmatamento, degradação do solo e uso excessivo de recursos hídricos. O estudo aponta que o mercado global voltado a esses alimentos pode ultrapassar US$ 32 bilhões até 2032.

Barreiras e avanços para o consumo

Apesar do potencial, os fungos ainda não estão disponíveis comercialmente. É necessário aprimorar aspectos como sabor, além de investigar a absorção de aminoácidos e os efeitos de longo prazo na saúde. Gabriel Mascarin, analista da Embrapa, destaca que produtos como o micélio são considerados “novos alimentos” no Brasil, sujeitos a rigorosas avaliações de segurança.

O objetivo da pesquisa não é eliminar o consumo de carne, mas oferecer alternativas acessíveis e viáveis. A tecnologia vem sendo aplicada até mesmo em alimentos já familiares, como o shimeji.

Investimentos e aplicações no mercado

Nos últimos cinco anos, o setor de fungos recebeu aproximadamente € 628 milhões em investimentos, valor superior aos € 459 milhões destinados à carne cultivada. Isso se deve à maior facilidade de desenvolvimento e entrada mais rápida no mercado. Produtos híbridos, que combinam proteínas vegetais ou animais com o micélio, têm ganhado aceitação entre consumidores não veganos.

Entretanto, a baixa solubilidade do micélio limita sua aplicação em alimentos líquidos, como iogurtes, mas empresas já buscam inovar nesse segmento.

Perspectivas futuras para os fungos na alimentação

O avanço na pesquisa e os diferentes métodos de cultivo indicam que os fungos podem se consolidar como uma alternativa sustentável no setor alimentício global. A regulamentação e os estudos clínicos, especialmente sobre digestibilidade e efeitos na saúde, serão fundamentais para a chegada desses produtos às prateleiras brasileiras.

Para mais informações, acesse a fonte original.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes