O caso do desaparecimento e assassinato de Cláudia Lobo, ex-secretária da Apae de Bauru, chegou à fase final nesta sexta-feira, 10 de outubro, quando o júri popular proferiu suas decisões. O ex-presidente da instituição, Roberto Franceschetti Filho, foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão, enquanto seu auxiliar de almoxarifado, Dilomar Batista, recebeu uma pena de um ano e seis meses, convertida para prestação de serviços à comunidade e multa.
Condenações e penas dos réus
Roberto Franceschetti foi considerado culpado por homicídio qualificado, além de ocultação de cadáver e fraude processual. As evidências apresentadas durante o julgamento indicaram que Franceschetti planejou e executou o crime com motivos torpes e usando métodos que dificultaram a defesa da vítima. Sua condenação foi resultado de um intenso processo de debate que culminou na votação dos jurados.
Por outro lado, Dilomar Batista, que admitiu sua participação nas fraudes e na ocultação do corpo, teve sua pena mitigada em função do reconhecimento de coação moral irresistível, alegando que agiu sob ameaça de Franceschetti.
Desdobramentos do julgamento
O julgamento teve início na quinta-feira, 9 de outubro, com oitiva de testemunhas de defesa e acusação, bem como depoimentos dos réus. O testemunho de Letícia Lobo, filha de Cláudia, foi um dos momentos mais emocionantes do processo, com a jovem expressando sua expectativa por justiça. Ela quis que os responsáveis pela morte da mãe fossem devidamente punidos.
De acordo com declarações do advogado da família, Alisson Caridi, Letícia estava confiante de que os crimes não ficariam impunes e que a verdade sobre o envolvimento de Franceschetti e Batista na morte de Cláudia seria revelada.
Testemunhos impactantes e evidências
Cinqüenta testemunhas foram convocadas, e os jurados ouviram tanto a acusação quanto a defesa, com depoimentos que revelaram detalhes da relação entre Cláudia e seus acusadores. Letícia mencionou que, após o desaparecimento da mãe, Franceschetti foi o único a não expressar esperança de encontrá-la, o que levantou suspeitas sobre seu envolvimento.
Além disso, uma psicóloga da Apae, Jéssica Perota Xavier, declarou ter ouvido de Dilomar a expressão “deu ruim” no dia seguinte ao desaparecimento de Cláudia, o que reforçou a narrativa de um encobrimento. Ela também mencionou informações cruciais sobre o local onde o corpo foi ocultado, e as câmeras de segurança confirmaram que Cláudia e Roberto estiveram juntos poucos momentos antes de seu desaparecimento.
Investigação de desvios de verbas na Apae
Além das acusações de homicídio e ocultação de cadáver, Roberto Franceschetti é investigado em um esquema de desvio de verba na Apae, que pode ter motivado o crime contra Cláudia. O Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco) está à frente das investigações, buscando a responsabilização de todos os envolvidos nos desvios financeiros que impactaram a atuação da Apae.
Os desdobramentos dessa investigação prometem trazer à luz mais detalhes sobre como a corrupção pode estar interligada a este caso de grande gravidade, com significativa repercussão na sociedade. Ao todo, nove pessoas foram presas por suspeita de envolvimento nos desvios, enquanto outras quatro estão sob investigação.
Expectativas da família e repercussão social
A condenação de Franceschetti e Batista marca um importante passo rumo à justiça para a família de Cláudia Lobo. O caso não apenas expõe os problemas de gestão na Apae, mas também destaca a importância da pressão social e da intervenção da justiça em situações de violência e corrupção. A sociedade aguarda ansiosa por mais detalhes sobre a investigação em curso e pela responsabilização de todos os envolvidos.
Com a conclusão do júri, novas etapas no campo jurídico e investigativo se desenrolarão, e a comunidade de Bauru permanece atenta ao desfecho desta trágica história. Justiça para Cláudia Lobo foi uma demanda fervorosa que ressoou em muitos corações e que poderá mudar o rumo de instituições e vidas envolvidas neste caso dramático.
Acompanhe as atualizações sobre este caso e outras notícias da região no g1 Bauru e Marília, onde o impacto social das decisões judiciais e a luta contra a corrupção permanecem em pauta.
